O mercado imobiliário brasileiro vive uma virada. Após dois anos de retração e juros altos, as recentes mudanças anunciadas pelo governo federal no último mês, criam um ambiente mais favorável para quem quer financiar ou investir em imóveis. O novo modelo de crédito habitacional, com foco na classe média, amplia o teto do valor financiado dentro do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões e autoriza a Caixa Econômica Federal a voltar a financiar até 80% do valor dos imóveis — percentual que havia sido reduzido para 70% desde 2024.
O objetivo é claro: destravar recursos para o setor imobiliário e impulsionar a construção de novas moradias, movimentando a cadeia produtiva e o emprego. De acordo com o Banco Central, o novo modelo deve liberar R$ 111 bilhões em crédito no primeiro ano, sendo R$ 52,4 bilhões a mais que o formato anterior, com R$ 36,9 bilhões disponíveis de forma imediata. A medida busca equilibrar a redução dos depósitos na poupança, principal fonte de captação para o crédito habitacional, e ampliar o acesso da classe média às condições de financiamento.
De acordo com Leonardo Flauzino, doutor em Economia e professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o desempenho do setor está diretamente ligado à percepção de segurança que o mercado imobiliário oferece.“Normalmente, ativos considerados seguros têm baixo retorno, alta liquidez e baixa volatilidade, ou seja, envolvem menos riscos. Os imóveis, embora não possuam todas essas características, mantêm relevância como investimento, seja pelo valor afetivo da casa própria, pela valorização do entorno ou pela diversificação do patrimônio”, explica.
A consultora financeira Orivalda Batista, que atua há 13 anos no mercado, destaca que o cenário atual representa uma janela de oportunidade para quem pretende investir ou buscar financiamento. “Desde 2022, o mercado imobiliário vinha com as mesmas taxas: em 2024 as regras mudaram e se tornaram mais restritivas, dificultando o crédito causando um grande impacto tornando o processo mais restrito e reduzindo o volume das operações o que gerou impacto no setor.
Essas mudanças que ocorreram agora em Outubro, permitem novo fôlego ao setor e favorecem o investidor que busca segurança e valorização.A recomendação é aproveitar enquanto as condições estão favoráveis, antes de possíveis mudanças que possam ocorrer devido ao ciclo eleitoral de 2026, que pode trazer revisões nas políticas de crédito”, avalia.
Em Mato Grosso, a combinação de crescimento do agronegócio, atração de investimentos privados e infraestrutura urbana em expansão mantém o setor aquecido. No caso do Reserva dos Ipês, empreendimento da GT Urbanismo na região dos Florais, o reflexo é direto. Segundo Joelson Ramos, gerente comercial, a procura por lotes em condomínios planejados cresceu após as recentes mudanças. “As famílias querem unir segurança, espaço e boa localização, sem abrir mão de um investimento sólido. O lote deixou de ser apenas o primeiro passo para construir e passou a ser uma forma de preservar patrimônio e acompanhar o crescimento da cidade”, afirma.
Com a entrega dos lotes prevista ainda para este mês, Ramos observa que o momento é decisivo. “Quando o bairro começa a ganhar forma, o investimento deixa de ser uma promessa e se torna patrimônio real. É nesse ponto que o mercado se aquece”, resume.
