
Vice-prefeito Tião da Zaeli avalia viabilidade do terreno retomado do Estado e diz que construção precisa ser “inteligente”
A tão aguardada construção da nova rodoviária de Várzea Grande, promessa que se arrasta há mais de três décadas, pode enfrentar novos entraves. O vice-prefeito Tião da Zaeli (PL) afirmou que ainda estuda a viabilidade de manter o projeto no terreno localizado às margens da Rodovia Mário Andreazza, nas proximidades do Trevo do Lagarto. O local, retomado pelo município em 2023 após ter sido cedido ao Governo do Estado, apresenta alto custo para adequações, especialmente na etapa de terraplanagem.
Em entrevista concedida nesta terça-feira (15), Tião revelou que um engenheiro realizou uma vistoria técnica no local e apontou que o terreno não está apto para receber, de imediato, a estrutura de um terminal rodoviário. “A ideia é fazer uma rodoviária com um custo melhor, com a capacidade dessa região metropolitana. O que está pegando é a questão da terraplanagem, porque o terreno não está devidamente adequado para receber esse tipo de equipamento”, explicou.
Apesar dos desafios, o vice-prefeito reforçou que há um compromisso político em andamento. Ele destacou a parceria com o deputado federal Coronel Assis (União Brasil) e o senador Jayme Campos (União Brasil), que destinaram juntos R$ 16 milhões em emendas parlamentares para viabilizar a obra.
A indefinição sobre o terreno coloca mais uma vez o projeto em compasso de espera. Segundo Tião, a ideia é que a rodoviária continue na Rodovia Mário Andreazza, mas que os custos sejam reavaliados. “Se você gastar muito em terraplanagem, você troca o local e não tem investimento em terraplanagem, você vai ter um crédito maior”, ponderou, defendendo uma “construção inteligente” que evite desperdícios com adaptações excessivas.
Histórico de promessas e frustrações
A cidade de Várzea Grande espera por um terminal rodoviário adequado há mais de 30 anos. Durante décadas, os passageiros chegaram a utilizar um restaurante, o Alvorada, na região do Mapim, como terminal improvisado. Essa situação perdurou até 2022, quando o local foi interditado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), por não atender às normas necessárias para funcionamento como ponto rodoviário.
A gestão do então prefeito Kalil Baracat (MDB) iniciou discussões sobre a construção da rodoviária e, em 2023, autorizou a licitação para a obra após retomar um terreno da prefeitura que havia sido cedido ao Estado. O local foi apontado como solução para destravar o projeto, mas agora enfrenta a possibilidade de se tornar mais um obstáculo.
Com a indefinição atual, a população continua na expectativa e à espera de uma solução concreta para um problema histórico, que representa não apenas uma questão de mobilidade, mas também de dignidade urbana e desenvolvimento para a região metropolitana de Cuiabá.