
A presidente da Câmara Setorial Temática da Enfermagem da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, enfermeira Merielly, denunciou nesta segunda-feira (26) o que considera uma tentativa de retaliação após ser surpreendida com a abertura de um processo ético pelo Conselho Regional de Enfermagem (Coren-MT). Em vídeo emocionado, a profissional desabafou: “Querem sujar meu nome. Nunca respondi a um processo ético na vida”.
Conhecida pelo ativismo nas redes sociais e pela defesa intransigente da valorização da enfermagem, Merielly afirmou estar profundamente abalada com a iniciativa do Coren-MT. O processo foi motivado por um vídeo publicado durante as eleições municipais de 2024, em que ela questionava o apoio público da presidente do Conselho, Bruna Santiago, a um candidato médico, mesmo com cinco enfermeiros na disputa eleitoral.
“Ver a presidente e quase toda a diretoria do Coren apoiando um profissional que não é da enfermagem me doeu. Estamos num momento em que a categoria busca mais representatividade. Isso não é união”, comentou Merielly no vídeo publicado na época.
Segundo o documento obtido pela reportagem, Merielly está sendo acusada de divulgar “informações falsas e caluniosas”, além de colocar em dúvida a imparcialidade da entidade. O Coren-MT também alegou que a fala da enfermeira teria contribuído para “gerar um ambiente hostil entre profissionais da enfermagem”.
REAÇÃO NA CATEGORIA
A denúncia teve repercussão imediata entre colegas de profissão. Diversos profissionais se manifestaram em apoio a Merielly, alegando que o processo soa como uma retaliação institucional à liberdade de expressão.
“Eu estou muito indignada. As pessoas falam de união, de estarem juntas, mas fazem isso para prejudicar. Será que vale a pena? Sempre tratei meus pacientes com excelência, sempre fiz o meu melhor”, declarou a enfermeira em meio a lágrimas.
Atualmente, além de presidir a CST da Enfermagem, Merielly tem se destacado por articular debates importantes no Legislativo, envolvendo temas como carga horária, assédio e valorização da categoria.
“Isso não é só sobre mim, é sobre toda a enfermagem. Precisamos ser respeitados, ouvidos, e não calados. Vou me defender, mas também vou continuar lutando pela categoria”, concluiu.