“Foi uma sucessão de atitudes impensadas: uma fechada, um gesto, um toque de leve… e o resultado foi a perda de duas vidas. O trânsito não é lugar para disputa de ego.” A declaração é do delegado Cristian Cabral, da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (Deletran), ao comentar o acidente que matou os engenheiros Priscilla Yvana Furoni Silva, de 33 anos, e Giovani Vinícius Curvo Santiago Silva, de 34, na noite de sexta-feira (24), em Cuiabá.
Cabral confirmou nesta terça-feira (28) que o casal estava sendo perseguido por outro veículo momentos antes da colisão fatal, registrada na Avenida Joinville, região do CPA 1. Segundo o delegado, o episódio teve início após uma desavença no trânsito entre o Renault Sandero, dirigido por Giovani, e um Chevrolet Prisma, ocupado por um homem, sua esposa e o filho.
“O condutor do Sandero, ao se sentir trancado, buzinou insistentemente. O motorista do Prisma, irritado com a reação, abriu o vidro e fez um gesto obsceno. A partir daí, a situação saiu de controle”, relatou o delegado.
Ele explicou que os veículos chegaram a se tocar levemente. “Houve uma pequena colisão entre a parte traseira do Sandero e a dianteira do Prisma, mas nada grave. Mesmo assim, os ânimos se exaltaram”, disse.
Na sequência, o casal acelerou o veículo tentando se afastar, mas foi seguido pelo outro carro. “Eles alegam que queriam apenas identificar o condutor para cobrar os danos. Mas, na prática, essa perseguição acabou sendo determinante para o desfecho trágico”, completou Cabral.
Os ocupantes do Prisma se apresentaram espontaneamente à Deletran nesta terça-feira e deverão responder por omissão de socorro. “Eles confirmaram que houve a discussão, o toque e a perseguição. Com base nisso, os três deverão responder por omissão de socorro”, informou o delegado.
A colisão final aconteceu quando o Sandero foi atingido por uma Mercedes-Benz e lançado contra um poste. Priscilla e Giovani morreram na hora. O cachorro do casal, que também estava no carro, sobreviveu.
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) acompanha o caso, já que a perseguição pode ter contribuído diretamente para o acidente fatal.
