
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), por meio da Comissão da Mulher Advogada (CMA), se manifestou nesta segunda-feira (29) sobre a condenação do ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis, sentenciado a 37 anos de prisão pelo assassinato da advogada Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, ocorrido em 2023 em Cuiabá.
Em nota, a OAB-MT afirmou que acompanha o caso desde o início e reafirmou solidariedade aos familiares e amigos da vítima. “O trâmite processual célere, finalizando com uma pena justa, contribui para o combate à violência contra a mulher e reforça à sociedade que o crime de feminicídio não será tolerado. Perdemos a advogada Cristiane e isso não tem volta. Que isso não se repita com nenhuma outra mulher”, declarou a entidade.
A sentença foi proferida na última quinta-feira (25) pela juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, da 1ª Vara Criminal de Cuiabá, determinando que o réu inicie imediatamente o cumprimento da pena em regime fechado, sem direito a recorrer em liberdade.
O julgamento, que durou mais de 10 horas, incluiu depoimento do réu e oitivas de quatro testemunhas, entre elas o delegado responsável pelas investigações e uma perita criminal. Almir Monteiro dos Reis foi condenado por homicídio qualificado (feminicídio), estupro de vulnerável e fraude processual, recebendo pena de 36 anos de reclusão, 1 ano de detenção e pagamento de 20 dias-multa. Ele foi absolvido apenas da acusação de ocultação de cadáver.
Segundo a OAB-MT, a decisão não apenas estabelece justiça no caso específico, mas também serve como alerta sobre a gravidade da violência contra a mulher, reforçando o compromisso da entidade em proteger advogadas e toda a sociedade contra atos de violência e impunidade.
Relembre o caso
Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, de 48 anos, foi assassinada na madrugada de 13 de agosto de 2023, dentro da residência do réu, em Cuiabá, poucas horas após se conhecerem em um bar próximo à Arena Pantanal.
A família iniciou buscas quando a advogada não retornou para casa. O irmão da vítima rastreou o celular de Cristiane, o que levou a polícia até a residência do ex-PM no Bairro Santa Amália. No local, foram encontrados indícios do crime, e câmeras de segurança registraram o réu dirigindo o carro da vítima, resultando na prisão em flagrante por feminicídio.