
Em seus informes preliminares, as missões afirmaram que a eleição ocorreu de forma “transparente e bem organizada”.
As missões de observação eleitoral da União Europeia (UE) e da Organização dos Estados Americanos (OEA) refutaram as acusações de fraude nas eleições do Equador, que resultaram na reeleição de Daniel Noboa. Embora tenham negado as alegações da oposição, as missões apontaram desequilíbrios na disputa, como o uso de recursos públicos e da máquina estatal em favor do presidente e destacaram a necessidade de mudanças institucionais.
Em seus informes preliminares, as missões afirmaram que a eleição ocorreu de forma “transparente e bem organizada”. A missão da União Europeia, composta por 104 observadores, concluiu que a jornada eleitoral foi tranquila e sem grandes incidentes, com maior presença de delegados partidários em relação ao primeiro turno.
No entanto, tanto a UE quanto a OEA expressaram preocupação com o uso indevido de recursos públicos e do aparato estatal, que favoreceram o presidente Noboa. A missão da OEA também observou que a falta de clareza e a demora nas decisões do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) aumentaram a desconfiança tanto das forças políticas quanto da população.
Além disso, as missões ressaltaram a difusão de campanhas de desinformação nas redes sociais, amplificadas por anúncios pagos e robôs, o que gerou preocupações quanto à integridade da campanha eleitoral, embora a falta de mecanismos eficazes de monitoramento tenha dificultado a fiscalização.
Críticas ao Estado de Exceção e Desigualdade de Condições
A ONU e a OEA também criticaram o Estado de Exceção, decretado um dia antes da votação, que suspendeu direitos fundamentais e implementou um toque de recolher em várias províncias, incluindo a capital, Quito. A oposição, liderada por Luísa González, alegou que a medida foi uma forma de manipular o processo eleitoral.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, se manifestou afirmando que, sob um Estado de Exceção, não seria possível garantir eleições livres e transparentes, sugerindo que os resultados deveriam ser verificados através da análise das atas eleitorais.
Reações e Avaliações Locais
No entanto, a presidente do CNE, Diana Atamaint, reafirmou que os resultados refletiam a vontade popular e que o processo eleitoral foi conduzido de forma pacífica e dentro da legalidade. A eleição no Equador é realizada por meio do voto manual, com cada urna sendo contada e o resultado registrado em ata.
O evento segue marcado por um cenário de desconfiança e desafios para a consolidação da democracia, mas as observações das missões internacionais indicam que, em geral, o processo ocorreu de maneira normal, apesar das preocupações e desequilíbrios identificados.