
A Polícia Militar de Mato Grosso alertou sobre a crescente atuação de facções criminosas na invasão de propriedades rurais e áreas de preservação ambiental para exploração ilegal de madeira e minérios. Segundo o comandante-geral da PM, coronel Fernando Tinoco, os grupos aproveitam qualquer oportunidade para expandir suas atividades ilícitas.
“São várias formas que as facções vêm buscando para se inserir e se fortalecer. Onde há a possibilidade de cometer o crime, eles estão sempre agindo”, afirmou Tinoco nesta segunda-feira (24), durante a apresentação do relatório do programa Tolerância Zero.
A relação entre facções e invasões de terras também foi abordada em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), cujos resultados foram divulgados em fevereiro. O relatório apontou que as organizações criminosas estariam incentivando invasões a propriedades particulares, levando os donos a serem multados por danos ambientais.
Um exemplo citado foi o de um assentamento em Tangará da Serra, onde um invasor, que desmatou toda a reserva do local, foi preso com 100 kg de drogas. “Existe, em todas as esferas, uma fina ligação entre o crime organizado e as invasões de terra”, declarou o deputado estadual Gilberto Cattani (PL), autor do pedido de CPI.
Além disso, um estudo realizado pela Polícia Militar em 2023 revelou que um grupo de famílias recebeu financiamento do Comando Vermelho para construir casas na região do Contorno Leste, em Cuiabá. No entanto, por determinação da Justiça, as famílias foram obrigadas a desocupar os terrenos.
Nos últimos meses, novos casos de invasão foram registrados em diversas cidades do interior do estado, demonstrando a necessidade de ações mais efetivas para combater essa prática criminosa. As autoridades reforçam que operações policiais continuarão sendo realizadas para coibir essas atividades ilegais e proteger as áreas afetadas.