
A Polícia Civil deflagrou a Operação Primatus em Aripuanã com o objetivo de desarticular um grupo criminoso responsável pelo tráfico de drogas e pela extorsão de garimpeiros. Até o momento, dez pessoas foram presas, incluindo líderes que já estavam detidos em presídios de Cuiabá: Mikaela Carolina Almeida da Silva, Jozimar da Silva dos Reis e Sheila do Nascimento.
As investigações revelaram que a facção atua por meio de dois grupos distintos. Um deles é responsável pela distribuição de drogas, aplicação de punições e controle de qualidade dos entorpecentes. O outro é formado por empresários envolvidos em extorsões no garimpo e na movimentação de dinheiro através de empresas, algumas com atividades suspensas por suspeita de lavagem de dinheiro. Entre elas, uma empresa de terraplanagem recebia transferências sem relação com obras ou projetos específicos.
Um dos métodos tradicionais do grupo é o assistencialismo. A distribuição de cestas básicas a famílias vulneráveis, embora aparente ação social, tem como objetivo conquistar apoio da comunidade e obrigar pessoas a se envolverem em atividades criminosas.
Segundo o delegado Rodrigo Azem, da Draco, os líderes presos continuam coordenando ações do grupo de dentro dos presídios, mantendo comunicação via celulares que ainda não foram apreendidos. “A maior parte dos alvos já possui antecedentes criminais. A investigação mostrou um esquema robusto, que evidencia a importância do tráfico de drogas na região e o alcance da facção”, afirmou.
Até o momento, a operação cumpriu 26 mandados de prisão e de busca e apreensão, além de bloqueios de valores, sequestros de veículos e suspensão das atividades econômicas das empresas envolvidas. As diligências seguem em andamento para o cumprimento das ordens judiciais restantes em Aripuanã e outros municípios.