
A Polícia Civil deflagrou nesta terça e quarta-feira (20 e 21) uma grande operação contra crimes virtuais, resultando no cumprimento de 97 ordens judiciais em Mato Grosso, São Paulo e Goiás. A ação faz parte da Operação Escudo Virtual, coordenada pela Diretoria Estadual de Combate a Crimes Cibernéticos (DECCC) da Polícia Civil do Pará (PCPA), em parceria com as polícias civis dos três estados.
Em Mato Grosso, foram cumpridos 26 mandados de prisão e diversas buscas e apreensões nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande e Sinop. As ordens judiciais também atingiram as cidades paulistas de Ribeirão Preto, Birigui e Jaboticabal, além de Rio Verde, em Goiás.
De acordo com o delegado Yan Almeida, titular da Divisão de Combate a Crimes Contra Direitos Individuais Praticados por Meio Cibernéticos (DCDI), o grupo criminoso praticava dois tipos de golpe: o chamado ‘Terceiro Intermediário’ e o ‘Falso Parente’.
No primeiro, os golpistas se passavam por compradores de veículos para os donos reais e por vendedores para interessados na compra, intermediando negociações falsas. Eles indicavam contas bancárias de terceiros para receber os pagamentos, e, após a transação, sumiam sem deixar rastros.
Já no golpe do ‘Falso Parente’, os criminosos entravam em contato via aplicativos de mensagens se passando por familiares das vítimas, solicitando transferências bancárias sob falsas justificativas. Após o envio do dinheiro, os estelionatários bloqueavam o contato.
Durante as investigações, foram apreendidos cartões bancários, celulares, notebooks, HDs externos e documentos. As movimentações financeiras apontaram que os valores desviados eram rapidamente repassados entre diversas contas até chegar a líderes do esquema.
Além dos crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e associação criminosa, a operação também cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de um investigado por aliciamento de crianças e importunação sexual no ambiente virtual.
A delegada Eliane Morais, titular da Delegacia Especializada de Estelionato e Outras Fraudes de Cuiabá, destacou a importância do apoio logístico e operacional das equipes locais para o sucesso da operação.
O delegado Benassuly, gestor da PCPA, agradeceu a parceria entre as polícias civis dos estados envolvidos e reforçou o compromisso da instituição em coibir crimes cibernéticos. “Mostramos que criminosos não têm mais onde se esconder”, afirmou.
As vítimas identificadas até o momento são todas do Pará, mas os golpes foram aplicados em várias regiões do país. As investigações seguem em andamento.