
A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quinta-feira (2), a segunda fase da Operação Asfixia, considerada a maior ofensiva já realizada contra o tráfico de drogas na Região Serrana do Rio de Janeiro. A ação visa cumprir 18 mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho (CV) na Região Serrana e no Complexo da Maré, na zona Norte da capital.
Moradores da Maré relataram intensos tiroteios durante a operação, que mobilizou agentes da 106ª DP (Itaipava) e da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público. Até o momento, 12 pessoas foram presas.
Entre os detidos está o sargento da Polícia Militar Bruno da Cruz Rosa, lotado no 20º BPM (Mesquita). A Corregedoria-Geral da PM acompanhou a prisão, e o policial será conduzido à Unidade Prisional da Secretaria de Estado de Polícia Militar (SEPM), em Niterói, onde responderá a um processo administrativo disciplinar que avaliará sua permanência na corporação.
Outro preso é Robson Esteves de Oliveira, assessor da Secretaria de Serviços da Prefeitura de Petrópolis. A administração municipal afirmou não ter conhecimento de qualquer atividade ilícita praticada pelo servidor e determinou sua exoneração imediata. Segundo a investigação, ele mantinha uma vida paralela alheia às funções no Executivo.
Além das prisões, a Justiça determinou o bloqueio de cerca de R$ 700 mil em bens ligados à facção, atingindo o patrimônio usado para sustentar as atividades ilegais.
As investigações apontam que 55 pessoas estariam envolvidas no esquema criminoso. O líder da organização, seu braço direito e outros comparsas estariam escondidos no Parque União, na Maré, de onde coordenavam o transporte de drogas para a Região Serrana. Em Itaipava, a droga era redistribuída em áreas controladas por gerentes locais. Além do comércio ilícito, o grupo também exercia domínio territorial e impunha regras violentas nas comunidades sob seu controle.