
A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Repressão a Narcóticos (Denarc), deflagrou, na manhã desta terça-feira (23), a Operação Última Profecia, que teve como alvo um grupo criminoso ligado a uma facção envolvida no tráfico de drogas em Cuiabá, Várzea Grande e Pontes e Lacerda.
Com apoio da Secretaria de Estado de Justiça (Sejus-MT) e das Delegacias de Pontes e Lacerda e Araputanga, foram cumpridas 10 ordens judiciais, sendo quatro de prisão preventiva e seis de busca e apreensão. O nome da operação faz referência a um dos principais alvos, identificado como “Profeta”, que já está preso e agora acumula uma nova ordem de prisão preventiva.

Na ação, foram presas duas mulheres – uma em Cuiabá e outra em Araputanga – e dois homens, um em Cuiabá e outro em Pontes e Lacerda, este último monitorado por tornozeleira eletrônica. Em Várzea Grande, houve o cumprimento de um mandado de busca e apreensão contra uma terceira suspeita. Os demais mandados foram cumpridos em unidades prisionais pela Sejus, e o material apreendido seguirá para análise da Polícia Civil.
As investigações começaram em junho de 2024, após a prisão em flagrante de duas mulheres por tráfico em Cuiabá. Durante a audiência de custódia, foi descoberto que uma delas havia usado identidade falsa. A análise dos celulares apreendidos permitiu identificar a estrutura do grupo, que funcionava de forma organizada, com divisão de funções e uso de linguagens codificadas como “KANK”, “BRAW”, “prensado” e “gordura” para se referir às drogas.

As interceptações telefônicas revelaram que os investigados usavam transportadoras comerciais para o envio de entorpecentes, movimentavam dinheiro por meio de contas bancárias próprias e de terceiros e realizavam pagamentos via PIX, numa tentativa de driblar a fiscalização. Foram identificadas transações envolvendo maconha e pasta base de cocaína, armazenadas em caixas lacradas com fitas adesivas.

Ao todo, seis pessoas foram confirmadas como integrantes do esquema criminoso. Segundo o delegado Eduardo Ribeiro, responsável pela investigação, a operação “representa um importante golpe contra o tráfico de drogas na região, desarticulando uma rede criminosa que atuava de forma organizada e utilizava estratégias para captação de apoio comunitário”.