
Nesta quarta-feira (3), duas operações simultâneas no Rio de Janeiro desarticularam uma rede de corrupção envolvendo agentes públicos e membros do Comando Vermelho (CV). As ações resultaram em prisões de um deputado estadual, um delegado, policiais e outros envolvidos em esquemas de tráfico de drogas e comércio ilegal de armas.
Operação Zargun: corrupção e impunidade
A Operação Zargun, conduzida pela Polícia Federal, revelou uma estrutura que atuava como braço político e financeiro do CV. Segundo as investigações, lideranças do CV no Complexo do Alemão mantinham contato com um delegado da PF, policiais militares, um ex-secretário municipal e estadual, além de um deputado estadual.
O esquema envolvia infiltração do CV na administração pública para garantir impunidade, acesso a informações sigilosas e a importação de armas do Paraguai e equipamentos antidrone da China, revendidos até para facções rivais com a ajuda desses agentes. Até o momento, 14 pessoas foram presas, e o bloqueio de R$ 40 milhões em bens e valores dos investigados foi determinado. Além disso, lideranças da facção foram transferidas para presídios federais de segurança máxima.
Operação Bandeirantes: tráfico e comércio de armas
Simultaneamente, a Operação Bandeirantes, da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO-RJ), focou em tráfico de drogas e comércio ilegal de armas de fogo de uso restrito. O deputado estadual TH Joais foi preso em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, acusado de intermediar diretamente a compra e venda de drogas e armas com membros do CV.
Também foram presos Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, assessor nomeado por TH na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), e Gabriel Dias de Oliveira, traficante do CV conhecido como “Índio do Lixão”. Outros alvos incluíram Luciano Martiniano da Silva, conhecido como “Pezão”, Edgar Alves de Andrade, “Doca”, chefão do CV, e Manoel Cinquine Pereira, “Paulista”.
Conclusão
As operações Zargun e Bandeirantes evidenciam a profundidade da infiltração do Comando Vermelho nas instituições públicas do Rio de Janeiro, revelando um esquema de corrupção que envolvia desde agentes de segurança até políticos. As prisões e bloqueios de bens representam um passo significativo no combate à criminalidade organizada no estado.