
A oposição na Câmara dos Deputados manteve nesta quarta-feira (6) a obstrução das atividades legislativas pelo segundo dia consecutivo. O protesto é contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a favor da anistia de investigados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Deputados da base bolsonarista continuam ocupando a Mesa Diretora do plenário e usam esparadrapos na boca como ato simbólico contra o que chamam de censura e autoritarismo do STF. A manifestação impede que a pauta de votações avance, travando o funcionamento da Casa.
Em entrevista ao Correio, o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que a oposição não pretende desocupar o plenário e confirmou que não participará da reunião de líderes marcada para as 16h pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
“Não tem previsão de sair do plenário. E nós não iremos à reunião de líderes. Nem sentamos com o presidente Hugo Motta até agora”, declarou Sóstenes.
A reunião foi convocada como tentativa de retomada do diálogo entre as bancadas e para viabilizar o retorno das deliberações. Sem a presença dos principais partidos de oposição, no entanto, a articulação tende a fracassar.
Parlamentares governistas criticaram duramente o movimento. Em declarações nesta manhã, classificaram a ação como “golpe parlamentar” e “atentado ao funcionamento democrático da Câmara”. A tensão entre Legislativo e Judiciário tem crescido após decisões do STF envolvendo deputados bolsonaristas e a votação do projeto das “fake news”.