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Medicamentos à base de semaglutida — como Ozempic, Rybelsus e Wegovy — terão que incluir em suas bulas um efeito colateral grave, embora muito raro: a neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica, conhecida como Noiana. A condição pode provocar perda repentina ou rápida da visão.
O alerta foi publicado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta semana, após recomendação do Comitê de Avaliação de Risco em Farmacovigilância (PRAC), da Agência Europeia de Medicamentos (EMA). No sistema de notificações de efeitos adversos da Anvisa (VigiMed), já foram registradas 52 suspeitas de distúrbios oculares ligados à semaglutida.
Entre os sintomas que devem acender o sinal de alerta estão:
- Perda súbita de visão;
- Visão turva;
- Piora acelerada da acuidade visual.
Diante de qualquer um desses sinais, a orientação é interromper imediatamente o uso do medicamento e buscar atendimento médico. Se confirmada a relação com o fármaco, a medicação deve ser suspensa.
A Anvisa também determinou que profissionais de saúde informem seus pacientes sobre esse risco, mesmo que seja considerado muito raro.
Nova regra e concorrência nacional
Vale lembrar que, a partir de 23 de junho de 2025, a compra de medicamentos com semaglutida e outros agonistas GLP-1 só poderá ser feita mediante retenção da receita médica nas farmácias.
Enquanto isso, o mercado nacional de tratamentos para obesidade deve ganhar uma nova opção ainda em 2025. A farmacêutica brasileira EMS anunciou o lançamento da Olire, primeira caneta injetável 100% nacional para tratamento de obesidade, com a liraglutida como princípio ativo. Inicialmente, serão produzidas 200 mil unidades, com previsão de expansão para 500 mil nos meses seguintes.
Diferente da semaglutida, a liraglutida já é utilizada para obesidade e diabetes tipo 2 e terá, segundo a fabricante, preço mais acessível para o consumidor brasileiro.