A celebração de uma missa na Igreja de Santa María la Real, em Sevilha, acabou em tumulto após o padre Francisco Javier Rodríguez colocar uma bandeira LGBT sobre o altar. O gesto, que ele classificou como um sinal de acolhimento e inclusão, gerou protestos imediatos de fiéis presentes e abriu um debate intenso dentro da comunidade católica espanhola.
Durante a homilia, um jovem da associação católica Orate se levantou e chamou o sacerdote de traidor, acusando-o de profanar o altar ao introduzir um símbolo que, segundo ele, representava militância política. O protesto interrompeu a cerimônia e surpreendeu os demais participantes, que assistiram ao embate em silêncio.
Após o episódio, a associação enviou uma denúncia formal à arquidiocese de Sevilha e ao Vaticano, alegando abuso litúrgico e questionando a inserção de símbolos considerados alheios à tradição católica. Os membros afirmam que o altar deveria permanecer reservado apenas a itens sagrados.
O padre Javier, por sua vez, defendeu sua decisão dizendo que a Igreja deve acolher todas as pessoas, independentemente de orientação sexual. Para ele, a presença da bandeira buscava simbolizar uma atitude pastoral mais aberta e em sintonia com uma postura de maior inclusão presente em setores da Igreja.
O episódio reacende um debate crescente dentro do mundo católico, dividido entre quem defende uma visão mais tradicional da liturgia e quem acredita que os templos devem refletir mudanças sociais e a realidade das comunidades que atendem. Em países como a Espanha, onde os direitos LGBT são amplamente reconhecidos, sinais de polarização dentro da Igreja têm se tornado cada vez mais comuns.
