A rodovia GO-454, que liga Mozarlândia, em Goiás, a Cocalinho, no Mato Grosso, vem sendo apontada por motoristas como o “pedágio mais injusto do Brasil”. Isso porque, mesmo sem pavimentação completa, a estrada tem cobrança ativa desde 2017.
O trecho em questão possui 12 quilômetros de estrada de terra, repleta de buracos, poeira e lama em dias de chuva. Ainda assim, os valores cobrados na praça de pedágio são de R$ 5 para motocicletas, R$ 10 para automóveis e R$ 10 por eixo para caminhões.
A concessionária responsável pela via alega que a cobrança é autorizada pelo governo estadual, já que a empresa construiu a ponte sobre o rio Araguaia, substituindo uma antiga balsa que fazia a travessia.
A justificativa, porém, não convence os motoristas que utilizam o trecho. Nas redes sociais, caminhoneiros relatam indignação com a cobrança, destacando o contraste entre o valor pago e as más condições da estrada. “Vou pagar R$ 70 para trafegar na lama?”, questionou um deles.
O projeto de pavimentação da GO-454 começou em 2019 e previa asfaltar 53 quilômetros da via. No entanto, seis anos depois, os 12 quilômetros finais — justamente onde há cobrança — permanecem sem asfalto.
De acordo com a Goinfra, agência responsável pela infraestrutura em Goiás, dificuldades técnicas têm atrasado a obra, como o nível elevado do rio Araguaia, que inunda parte do trecho durante o período de chuvas. A previsão é de que a documentação para nova licitação só fique pronta em 2026.
Enquanto isso, os motoristas continuam pagando caro para rodar em estrada de terra. A situação reacende o debate sobre as concessões rodoviárias no país e a necessidade de garantir condições mínimas de trafegabilidade antes da cobrança de pedágios.
