A revelação feita pela CEO da Petrobras, Magda Chambriard, durante o podcast Tô com Toco, trouxe um dado inédito que reacende a atenção sobre o Centro-Oeste: ao longo de cerca de 800 metros do rio Teles Pires, foram observadas borbulhas visíveis de gás natural, em plena Bacia do Parecis uma das regiões mais produtivas do agronegócio brasileiro. Segundo a executiva, nenhuma área exploratória está sendo ignorada, e toda manifestação natural de gás passa a ser avaliada dentro da nova diretriz da estatal. O fato abre espaço para discussões sobre possíveis estudos futuros, infraestrutura e novas fontes de energia para o agro.
O interesse pelo Parecis se conecta diretamente ao Plano de Negócios 2026–2030, que a Petrobras apresentará em evento com a Firjan no dia 05 de dezembro, no Rio de Janeiro. O planejamento reforça o aumento da produção de petróleo e gás, com foco em eficiência, responsabilidade ambiental e impacto real na cadeia produtiva. Magda já antecipou que a estatal mira “mais resultado com menos custo”, sinalizando que novas frentes devem ser analisadas com rigor, especialmente aquelas que possam fortalecer a oferta energética nacional.
Entre as iniciativas estruturantes previstas, está o estudo de viabilidade de um oleoduto/poliduto de aproximadamente 2.030 km, com investimento superior a R$ 2 bilhões, para escoar biocombustíveis e derivados do Centro-Oeste para São Paulo. O projeto atende diretamente às demandas logísticas do agronegócio, reduz gargalos e amplia a competitividade da produção regional. A medida soma-se ao interesse da Petrobras em integrar energia, logística e desenvolvimento econômico.
Outro ponto estratégico é a retomada das obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III), em Três Lagoas (MS), paralisada desde 2015. Com investimento de R$ 3,5 bilhões e previsão de operação a partir de 2028, a planta produzirá ureia e amônia, reduzindo a dependência externa e garantindo maior estabilidade ao agronegócio, hoje sujeito à volatilidade internacional no mercado de fertilizantes. O projeto reforça a aproximação entre a Petrobras e os principais motores do setor produtivo brasileiro.
A combinação dessas frentes, a observação de gás no Teles Pires, o novo duto, a retomada da UFN-III e o plano de investimentos que sinalizam que a Petrobras está reposicionando sua atuação no Centro-Oeste. Para especialistas e lideranças regionais, essa nova agenda cria oportunidades para impulsionar o desenvolvimento, integrar energia ao agro e atrair projetos estruturantes para uma das regiões mais dinâmicas do país.
