A Polícia Federal apreendeu grande quantidade de dinheiro vivo e uma coleção de relógios na casa do empresário Marco Silva Mott, preso nesta quinta-feira (6) durante a segunda fase da Operação Copia e Cola, em Sorocaba, interior de São Paulo. Mott é amigo de infância do prefeito afastado Rodrigo Manga (Republicanos), que foi retirado do cargo por determinação judicial.

Nas imagens divulgadas pela PF, parte do dinheiro aparece armazenada em cofres, um deles localizado dentro do guarda-roupa do empresário. Também foram encontrados dezenas de relógios de luxo, de diferentes modelos e marcas.

Mott foi levado para a Delegacia da Polícia Federal em Sorocaba. Em nota, os advogados Antonio Pitombo e Beatriz de Oliveira Ferraro Caloi classificaram a prisão como uma “medida desnecessária” e afirmaram que o empresário “sempre esteve à disposição das autoridades”. Segundo a defesa, o decreto de prisão se baseia em “conjecturas e suposições” da polícia.

A operação desta quinta-feira foi autorizada pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) e cumpriu dois mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão. Além disso, foram decretados o sequestro e a indisponibilidade de bens avaliados em cerca de R$ 6,5 milhões, além da suspensão de funções públicas e da proibição de contato entre os investigados.

Os alvos poderão responder por corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e contratação direta ilegal. Com o afastamento de Rodrigo Manga, o vice-prefeito Fernando Costa Neto (PSD) assumiu interinamente a prefeitura.
A primeira fase da Operação Copia e Cola ocorreu em abril deste ano, quando a PF mirou um grupo suspeito de desviar recursos públicos da saúde por meio de contratos emergenciais e convênios com uma Organização Social (OS). Na ocasião, houve mandados de busca na sede da prefeitura e na casa de Manga, além de bloqueio de até R$ 20 milhões em bens e valores.
A investigação começou em 2022, após suspeitas de fraudes na contratação de uma OS para administrar unidades de saúde municipais. Segundo a PF, foram identificados indícios de lavagem de dinheiro por meio de depósitos em espécie, pagamento de boletos e transações imobiliárias.
Na época, o prefeito Rodrigo Manga afirmou que a operação ocorria em um momento de “grande projeção” de seu nome e da cidade no cenário nacional. A defesa do político sustenta que não há provas que o liguem a ilícitos e acusa a PF de tentar uma “pesca probatória” sem base legal.
