
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), dias após ela ter deixado o Brasil. A parlamentar confirmou que está nos Estados Unidos e pretende seguir para a Itália, onde possui cidadania europeia.
Condenada a 10 anos de prisão pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão unânime relacionada à invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Zambelli afirmou que sua saída do país tem motivação médica. Em entrevista ao canal AuriVerde, no YouTube, ela disse que busca tratamento de saúde e que irá pedir licença da Câmara dos Deputados.
“Eu queria anunciar que estou fora do Brasil. Já faz alguns dias. A princípio, buscando um tratamento médico, é um tratamento que eu já fazia aqui. Vou pedir afastamento do cargo”, declarou.
Apesar da condenação, a deputada segue formalmente no exercício do mandato, uma vez que a perda do cargo só será efetivada após deliberação da Câmara dos Deputados. No site oficial da Casa, o nome de Zambelli ainda consta entre os parlamentares em atividade.
Segundo informações apuradas, Zambelli deixou o país no último dia 25 de maio, cruzando a fronteira com a Argentina antes de embarcar para os Estados Unidos. A parlamentar declarou que pretende se estabelecer na Europa: “Vou me basear na Europa. Tenho cidadania europeia, então estou muito tranquila em relação a isso. Não é um abandono do país, é resistir”.
Em 2023, Zambelli chegou a ter o passaporte retido, mas o documento foi devolvido, e não havia impedimentos legais para viagens internacionais.
Atualmente, além da condenação à prisão, a deputada já está inelegível por oito anos. No entanto, permanece em liberdade enquanto aguarda os desdobramentos da solicitação da PGR e a eventual decisão da Câmara sobre a perda de mandato.