
Durante a sessão da Comissão de Segurança Pública do Senado nesta quarta-feira (30/4), a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) gerou controvérsia ao sugerir que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fosse submetido a um exame de sanidade mental. A proposta foi levantada em meio a uma audiência com o jornalista Glenn Greenwald, que explicou os áudios vazados da chamada “Vaza Toga”, que sugerem possível alinhamento ideológico de integrantes do Judiciário na condução de inquéritos.
Damares usou suas redes sociais para repercutir o ocorrido, questionando a postura do ministro. “Hoje, a Comissão de Segurança Pública do Senado ouviu o jornalista Glenn Greenwald sobre os áudios que demonstraram atuação direcionada de Alexandre de Moraes e seus juízes na condução dos inquéritos, lembram disso? Ouvi tantos absurdos que levantei essa questão. Alguém consegue explicar de alguma outra forma tanto ódio e tanto revanchismo? Ele pode estar com mania de perseguição. Seria isso algum distúrbio?”, escreveu a senadora.
Na sessão da comissão, a senadora foi ainda mais contundente. “Eu acho que ninguém nunca pediu um exame de insanidade mental, e é possível na legislação brasileira se pedir um exame de insanidade mental da autoridade. Esse homem pode colocar em risco a segurança pública de uma nação, então eu acho que nós vamos ter que começar a pensar, talvez não seja de caráter, talvez ele esteja com complexo de perseguição, isso é doença mental, e nós vamos ter que tomar uma atitude também. Eu quero pensar depois sobre isso”, declarou.
A declaração gerou reações acaloradas tanto dentro como fora do Senado, com críticos apontando que a sugestão poderia configurar uma tentativa de minar a credibilidade do STF e, em particular, do ministro Alexandre de Moraes, um dos membros mais influentes da Corte.
O episódio reflete o clima tenso e polarizado que tem marcado as relações entre o Judiciário e o Legislativo nos últimos anos, especialmente em temas relacionados à liberdade de expressão, investigações sobre fake news e a atuação de autoridades judiciais em casos envolvendo políticos e figuras públicas.