A Polícia Civil do Rio de Janeiro identificou um novo elo entre diferentes facções criminosas a partir da análise das armas apreendidas durante a Megaoperação Contenção, realizada no fim de outubro nos complexos do Alemão e da Penha. Entre os quase 100 fuzis retirados das mãos de integrantes do Comando Vermelho (CV), um deles já havia sido utilizado em uma execução encomendada por bicheiros em Bangu, na Zona Oeste.
A descoberta foi possível graças a uma perícia balística conduzida pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). O cruzamento de dados mostrou que estojos recolhidos na cena do homicídio, investigado meses antes, foram deflagrados exatamente pelo mesmo armamento apreendido na ação que terminou com 122 mortos.
O trajeto percorrido pela arma ainda está sob investigação, mas a hipótese trabalhada pelas autoridades aponta para um ativo mercado paralelo de armamentos no Rio. Segundo investigadores, negociações entre milicianos, traficantes e contraventores ocorrem de acordo com interesses momentâneos de cada grupo, o que facilita a circulação das armas entre diferentes estruturas criminosas.
