
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (15), a Operação Forja, que desarticulou uma organização criminosa especializada na fabricação e comércio ilegal de fuzis em escala industrial. De acordo com as investigações, o grupo produzia até 3,5 mil armas por ano, destinadas às principais facções criminosas do Rio de Janeiro.
A ação contou com a participação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Federal (Gaeco/MPF) e apoio da Polícia Militar de São Paulo (PMSP). No total, 50 policiais federais cumpriram 10 mandados de prisão preventiva e 8 de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
Além das prisões, a Justiça Federal determinou o bloqueio e sequestro de R$ 40 milhões em bens e valores ligados à organização, como forma de descapitalizar a estrutura criminosa.
Segundo a PF, o grupo operava sob a fachada de uma empresa de peças aeronáuticas no interior de São Paulo, utilizando maquinário industrial de alta precisão para fabricar peças de fuzis de uso restrito. A investigação mostrou que, mesmo condenado a 12 anos de prisão e colocado em regime domiciliar, o líder da quadrilha reestruturou o esquema, montando uma nova linha de produção em outra cidade.
Em agosto de 2025, a PF localizou o novo galpão industrial em Santa Bárbara d’Oeste (SP). No local, foram apreendidos fuzis prontos e mais de 31 mil peças e componentes, suficientes para montar dezenas de armas.
O grupo importava componentes dos Estados Unidos e da China, montava os fuzis no Brasil e os enviava regularmente para facções criminosas cariocas, incluindo entregas ao Complexo do Alemão e à Rocinha.
Os envolvidos responderão por organização criminosa majorada, tráfico internacional de armas de fogo de uso restrito e comércio ilegal de armamento. O nome da operação, Forja, faz referência à fabricação clandestina de armamentos que sustentava o poder bélico das facções.