
A Polícia Civil de Mato Grosso concluiu nesta quarta-feira (5) o inquérito que investigava a morte de Antônio Lopes de Siqueira, de 73 anos, ocorrida em 4 de dezembro de 2024, durante um procedimento odontológico em uma clínica particular de Cuiabá. O dentista responsável foi indiciado por homicídio culposo, após serem constatadas falhas graves no atendimento.
De acordo com a apuração, a clínica não contava com monitoramento contínuo de sinais vitais, nem estrutura mínima de emergência, como desfibrilador ou suporte avançado de vida. A anamnese do paciente — que tinha histórico de problemas cardíacos — foi feita de forma superficial, sem avaliação médica adequada.
Durante o procedimento, o profissional utilizou uma alta dosagem de anestésico (articaína com epinefrina), sem considerar as condições de saúde de Antônio. A investigação apontou que, ao apresentar uma reação adversa, o paciente não recebeu atendimento de emergência eficaz e a resposta da equipe foi inadequada. Os primeiros sinais de agravamento aconteceram ainda na recepção da clínica, onde também não havia suporte técnico necessário.
Segundo o delegado Edison Pick, as condutas do dentista evidenciam a violação de normas técnicas e do dever de cuidado, contribuindo diretamente para o óbito. Por isso, o profissional foi indiciado pelo crime de homicídio culposo, com a causa de aumento prevista no Código Penal, por se tratar de inobservância técnica de profissão.
Prêmio milionário
Antônio Lopes de Siqueira havia conquistado notoriedade poucos dias antes do incidente, ao acertar sozinho os seis números da Mega-Sena no sorteio realizado em 9 de dezembro de 2024, faturando um prêmio de R$ 201.963.763,26. Os números sorteados foram 13, 16, 33, 43, 46 e 55, em uma aposta feita na Lotérica Ipiranga, em Cuiabá.
O caso, que já chamava atenção pelo valor histórico do prêmio, ganha novos desdobramentos com o indiciamento e deverá seguir para o Ministério Público, que decidirá sobre o oferecimento de denúncia à Justiça.
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