
Na tarde do dia 4 de julho de 2025, uma história de sobrevivência e fé foi escrita em meio ao asfalto quente do centro de Cuiabá. O protagonista é o 2º Sargento Wagner José dos Santos, da Polícia Militar de Mato Grosso, que enfrentou sozinho um infarto agudo do miocárdio e sobreviveu para transformar sua dor em missão de conscientização.
Com mais de 22 anos de serviço, Wagner já havia passado por situações de risco e enfrentado ameaças em operações policiais. Mas nenhuma experiência se comparou à crise que o atingiu de forma repentina. “Achei que fosse uma má digestão. Mas a dor se intensificou, irradiou para os braços e pernas, veio a tontura e a queda de pressão”, relatou.
Sem conseguir pedir ajuda, ele caiu de joelhos no chão. Com histórico familiar de problemas cardíacos e tomando remédios para pressão e arritmia há anos, Wagner reconheceu os sinais: “Sabia que estava infartando”.
Movido pela fé e pelo amor à família, o sargento decidiu lutar. Dirigiu sozinho até a UPA do Verdão, onde recebeu atendimento emergencial, foi medicado e imediatamente transferido ao Hospital Geral, onde passou por uma angioplastia urgente. Segundo o relato, uma artéria estava completamente obstruída e outra, com 95% de comprometimento.
Ao ser encaminhado para o centro cirúrgico, uma frase do médico marcou a virada emocional daquele momento: “Promete que não vai desistir? Eu não vou desistir de te salvar”.
A cirurgia foi feita com anestesia local, o que fez com que Wagner permanecesse consciente durante todo o procedimento. Ele conta que sentiu dor, medo, mas também uma profunda fé. Espiritualista, afirma ter tido visões durante o infarto: “Vi luzes, vi guias, mãos que me conduziam. Ouvi: ‘Você vai ficar’”.
O militar atribui a sobrevivência à união de fatores: o rápido atendimento, a própria resistência física e, sobretudo, o que ele chama de intervenção divina. Agora, com uma nova chance de vida, Wagner afirma que seu propósito é alertar outras pessoas sobre os sinais do corpo, a importância da prevenção e o cuidado com a saúde emocional e espiritual.
Ainda em recuperação, ele aguarda uma segunda cirurgia, para tratar a outra artéria comprometida. O custo do procedimento é de R$ 250 mil, valor que não é coberto pelo SUS. A família está em busca de alternativas e apoio para viabilizar o tratamento.
“Se este testemunho alcançar ao menos uma pessoa e ela decidir se cuidar antes que seja tarde, já terá valido a pena”, finalizou.
Perfil
Wagner José dos Santos tem 43 anos, é natural de Rosário Oeste (MT) e pai de quatro filhos. Graduado em Redes de Computadores e especialista em Políticas Públicas de Segurança e Direitos Humanos, atua atualmente como instrutor e coordenador na área de tecnologia e ensino da Escola de Formação de Praças da PMMT. Sua trajetória combina atuação ostensiva e trabalho social na educação.
