
Sergio Lima/Poder360
A cada ponto perdido nas pesquisas de opinião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parece buscar consolo no Tesouro Nacional. Essa é a avaliação do economista Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do IBGE e do BNDES, que aponta um efeito direto entre a queda de popularidade do governo e a escalada de gastos públicos. Segundo ele, a conta pode ultrapassar R$ 100 bilhões em despesas excedentes ao equilíbrio primário previsto até o fim de 2025.
“Só nos primeiros quatro meses do ano, o chamado ‘custo Lula’ já consumiu R$ 72,5 bilhões além do esperado para manter as contas públicas em equilíbrio. E a tendência é que esse valor avance sem controle até dezembro, sem incluir os juros da dívida e os R$ 169 bilhões da PEC Fura-Teto”, afirma Rabello.
Nos bastidores de Brasília, o fenômeno já tem nome: efeito pêndulo fiscal — quanto mais o governo perde apoio popular, mais tenta compensar com capital orçamentário, investindo em viagens, obras, repasses bilionários e novos programas sociais. A estratégia, segundo o economista, eleva os riscos fiscais e pressiona o contribuinte sem garantir o retorno político esperado.
O alerta de Rabello surge no momento em que Lula enfrenta os piores índices de aprovação desde o início de seu terceiro mandato. Levantamentos recentes dos institutos AtlasIntel e Quaest indicam que mais de 53% dos brasileiros rejeitam o governo, com a avaliação negativa superando a positiva de forma consistente desde o fim de 2024.
A resposta do Planalto, no entanto, não tem sido ajuste de gastos ou melhora na comunicação institucional, mas o aumento de despesas para tentar recompor capital político. “O Brasil está pagando a conta de um governo que usa o Tesouro como termômetro de popularidade. Em vez de gastar menos quando perde apoio, gasta mais tentando comprá-lo de volta”, critica o economista, Ph.D pela Universidade de Chicago.
Enquanto isso, o governo avança com medidas impopulares, como o aumento do IOF e cortes técnicos em áreas estratégicas, tentando equilibrar — ainda que parcialmente — a escalada de despesas. A equação, porém, segue desbalanceada: perda de apoio, expansão de gastos, queda na arrecadação e aumento da dependência da política fiscal como sustentação política.
Se mantida a dinâmica, Rabello projeta que o desequilíbrio primário acumulado, considerando juros e passivos, pode ultrapassar R$ 1,5 trilhão até o fim de 2025. Um cenário que, segundo ele, exige urgência para evitar que o país entre em rota de descontrole fiscal.
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