
A 5ª Conferência Municipal de Políticas para Mulheres, realizada nesta sexta-feira (25), reuniu representantes da sociedade civil, autoridades e especialistas em Várzea Grande para discutir e propor estratégias em defesa dos direitos das mulheres. O encontro foi dividido em quatro eixos fundamentais: governança e participação popular; enfrentamento à violência; autonomia financeira feminina; e saúde integral da mulher — com ênfase especial no cuidado com as cuidadoras.
Em um dos momentos mais emblemáticos do evento, a prefeita Flávia Moretti ressaltou o papel pioneiro de Várzea Grande na proteção das mulheres. Apesar de Mato Grosso ocupar posições alarmantes nos rankings nacionais de feminicídio e violência de gênero, ela destacou que o município tem conseguido se manter fora dessas estatísticas. “O Mato Grosso pode estar no ranking nacional, porém Várzea Grande não está nesses números”, afirmou, em tom firme.
A prefeita atribuiu os resultados à atuação integrada da Patrulha Maria da Penha e da Rede de Enfrentamento à Violência, criada por ela em 2017. Moretti descreveu o trabalho da Patrulha como diferenciado, enfatizando o acompanhamento constante das vítimas e também dos agressores. “A Guarda Municipal visita, acompanha, orienta e cuida. Às vezes, eu mesma participo dessas visitas, até a mulher se sentir segura para sair do ciclo de agressão”, contou.
Um dos pilares destacados por Flávia foi o grupo de reflexão para homens, iniciativa que busca interromper o ciclo de violência por meio da conscientização. “Não basta proteger só a mulher. É preciso trabalhar com o agressor, fazer com que ele reflita e entenda que aquilo não pode mais acontecer”, defendeu a prefeita.
A proposta de Várzea Grande é clara: proteger, acolher, tratar e reeducar. E os números — ou a ausência deles — mostram que o caminho tem dado certo.