
O prefeito de Ivinhema (MS), Juliano Ferro (PL), voltou ao centro de uma polêmica ao descumprir parcialmente uma decisão judicial que determinava a redução de seu salário. Mesmo após ordens da Justiça em três instâncias — incluindo despacho do presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), desembargador Dorival Renato Pavan —, o gestor decidiu manter o próprio subsídio em R$ 25.025,00, valor superior ao limite judicial de R$ 19,9 mil.
De acordo com o Portal da Transparência do município, Ferro, que já se autointitulou “o mais louco do Brasil” (mas “não rasga dinheiro”, como costuma dizer), recebe o novo valor desde setembro, contrariando determinação da 1ª Vara de Ivinhema e decisões confirmadas pela 4ª Câmara Cível e pela Presidência do TJMS.
Disputa judicial e aumento suspenso
A controvérsia começou em março deste ano, quando o juiz Rodrigo Barbosa Sanches suspendeu uma lei aprovada pela Câmara Municipal que concedia aumento de 75% no salário do prefeito, elevando o valor de R$ 19,9 mil para R$ 35 mil.
Inconformado, Juliano Ferro recorreu ao Tribunal de Justiça, mas teve o pedido negado por unanimidade pelos desembargadores Wagner Mansur Saad (relator), Sandra Regina da Silva Ribeiro Artioli e Elisabeth Rosa Baisch, em julgamento realizado em 30 de junho.
Mesmo após a decisão definitiva e sem qualquer liminar que revertesse o entendimento, o prefeito fixou o próprio salário em R$ 25 mil — valor intermediário entre o que pleiteava e o determinado pela Justiça.
Repercussão e possível responsabilização
A atitude pode configurar descumprimento de ordem judicial, o que, em tese, pode resultar em multa pessoal, bloqueio de valores e até ação por improbidade administrativa. Procurada, a Prefeitura de Ivinhema ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.
Juliano Ferro, que já acumula histórico de declarações polêmicas e enfrentamentos com o Ministério Público, sustenta publicamente que o valor atual seria “justo” diante das atribuições do cargo. O tema, no entanto, segue em análise judicial e poderá gerar novos desdobramentos políticos e jurídicos.