
A Justiça do Piauí suspendeu, nesta quinta-feira (7), os shows do festival Festejos do Povo, em Cocal, após identificar que a prefeitura planejava investir R$ 1,84 milhão em atrações, incluindo o renomado DJ Alok e Natanzinho Lima, mesmo diante da alegada insuficiência de recursos para a saúde e serviços básicos.
A decisão liminar, assinada pelo juiz Anderson Brito da Mata, atendeu a pedido do Ministério Público. O magistrado ressaltou que o município pretende gastar cifras milionárias em bandas e artistas, enquanto não dispõe nem de R$ 10 mil para tratamento médico ou R$ 5 mil para adquirir um respirador.
Além disso, o juiz destacou que a cidade enfrenta problemas graves, como comunidades sem abastecimento de água e contas públicas bloqueadas por falta de verba. Segundo ele, a prefeitura compromete cerca de 85,66% da Receita Corrente Líquida com parcelamentos e despesas mensais, o que prejudica o custeio de serviços essenciais.
Mesmo nesse contexto, o município contratou nomes de renome nacional para o festival, incluindo R$ 800 mil para DJ Alok, R$ 650 mil para Natanzinho Lima, R$ 250 mil para Hungria Hip Hop e R$ 140 mil para Anjos de Resgate.
Além da suspensão dos shows, a Justiça determinou a retirada de outdoors com imagens do prefeito Cristiano Britto (Republicanos) e da primeira-dama, classificando-os como promoção pessoal com dinheiro público. Foi fixada ainda multa diária de R$ 3 milhões ao prefeito, a ser paga pessoalmente em caso de descumprimento.