O diretor artístico da Orquestra da Universidade Federal de Mato Grosso, Oliver Yatsugafu, foi afastado das funções nesta quarta-feira (26) após ser denunciado por assédio sexual em Cuiabá, segundo informou a direção do grupo.
No primeiro registro policial, a vítima, de 21 anos, afirmou que mantinha apenas vínculo acadêmico com o professor, mas relatou episódios recorrentes de comportamento possessivo por parte dele.
Conforme B.O, a mãe da vítima trabalha como costureira e o suspeito, junto da esposa, costumava encomendar roupas com ela. No dia do fato, o homem foi até a residência afirmando que desejava conversar com a jovem e com a irmã dela, que também cursa Música na UFMT.
Segundo o registro policial, o maestro entrou no quarto da estudante sem autorização e declarou estar apaixonado por ela, além de afirmar que seu casamento seria “de fachada”. O tio da jovem percebeu a movimentação incomum na casa, foi até o cômodo e disse que chamaria a Polícia caso o homem não saísse. Após a advertência, o suspeito deixou o local.
Outro boletim, relacionado aos crimes de perseguição e calúnia, foi registrado por duas alunas de 39 e 23 anos. Elas relataram que uma delas estaria sendo alvo de perseguição verbal. Ainda conforme as denúncias, as duas teriam sido chamadas pelo docente para uma conversa antes de um ensaio, na terça-feira (25), ocasião em que relataram ter sofrido assédio moral e tentativa de contato físico.
Em comunicado oficial, a UFMT informou que está adotando medidas de proteção e acompanhamento às vítimas, incluindo suporte psicossocial e reorganização das atividades acadêmicas. A instituição destacou ainda que está colaborando com as investigações.
Posicionamento da UFMT
Por meio de nota, a Universidade Federal de Mato Grosso reafirmou seu compromisso com um ambiente acadêmico pautado pelo respeito, pela ética e pela dignidade. A instituição informou que repudia qualquer forma de assédio e que, ao tomar conhecimento das denúncias, adota imediatamente as providências cabíveis, “incluindo afastamentos”, durante os procedimentos internos de apuração.
A Reitoria determinou medidas de proteção e acompanhamento às pessoas envolvidas, como suporte psicossocial e reorganização das atividades acadêmicas para evitar qualquer contato durante a investigação.
A UFMT declarou ainda que fortalece políticas de enfrentamento ao assédio e que denúncias são tratadas com seriedade. Caso as acusações sejam comprovadas em processo interno ou decisão judicial, a instituição afirma que adotará todas as medidas previstas em lei, incluindo sanções administrativas.
A universidade informou que está à disposição das autoridades competentes e reforçou seu compromisso com a proteção das vítimas e com a responsabilização em casos de irregularidades.
