A psiquiatra Andrea Fetter afirmou que o ritmo acelerado da sociedade tem dificultado as pessoas a vivenciarem de forma saudável o processo de luto. Segundo ela, o período natural pode durar de três a seis meses, mas muitas vezes há uma cobrança interna e externa para que o enlutado retome a vida normal imediatamente após a perda.
“Hoje em dia a gente está vivendo uma vida volátil: ‘Enterrou amanhã, já tenho que estar bem’. E isso mata as emoções. Precisa ter todo um tempo, como uma cirurgia que você faz, que tem o pós-operatório, que pode ser de 7, 14 dias até 6 meses, para aquilo ir cicatrizando devagarzinho. Não tem segredo”, explicou a médica.
Andrea comparou o luto a um processo de recuperação física que exige paciência e cuidado. Ela destacou ainda que, quando a dor da perda não cicatriza sozinha, é fundamental buscar ajuda profissional.
“Se não está cicatrizando bem, sozinho, procurar a psicoterapia para conseguir. Em alguns casos, o luto pode também vir com depressão”, completou.
