
O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) e o senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), líderes da bancada governista no Congresso, solicitaram formalmente ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a prisão do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
A solicitação foi anexada ao inquérito que investiga a atuação do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro em articulações com o governo norte-americano de Donald Trump. Segundo os parlamentares, Eduardo teria incentivado ações de pressão e sanções econômicas contra o Brasil e ministros do Supremo Tribunal Federal.
“O conjunto de elementos já presentes nos autos, acrescidos de novos documentos e manifestações públicas do investigado, configura um quadro robusto de indícios de autoria e materialidade delitiva”, argumentam os autores do pedido.
Segundo o documento, a prisão seria necessária para “garantir a ordem pública” diante de reiteradas manifestações antidemocráticas atribuídas ao parlamentar licenciado. Os parlamentares afirmam que Eduardo agiu de forma a comprometer a soberania nacional e pressionar instituições brasileiras por meio de atores internacionais.
Eles também requerem que Jair Bolsonaro e o blogueiro Paulo Figueiredo sejam incluídos no mesmo inquérito, por supostamente atuarem em conjunto com Eduardo na promoção de medidas de retaliação econômica ao Brasil, como a proposta de taxar em 50% as exportações brasileiras — uma ação defendida por Trump em seu mandato.
Licença prestes a terminar
Eduardo Bolsonaro está licenciado do cargo desde março de 2025 e mora atualmente nos Estados Unidos. Segundo ele, a decisão foi motivada por alegada perseguição política. A licença termina neste domingo (20), e sua eventual volta ao Brasil reacende o debate sobre seu papel nas investigações da chamada “trama golpista”.
Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes prorrogou por mais 60 dias o inquérito que apura a conduta do deputado. O magistrado afirmou que há indícios de que Eduardo segue tentando interferir no andamento do processo.