
Brasilia - O Banco do Brasil e Os Correios inauguram hoje agência do órgão postal no edifício sede do BB. No evento serão divulgados os resultados das duas primeiras semanas de funcionamento do Banco Postal como correspondente do Banco do Brasil. Participam da cerimônia o vice-presidente de Negócios dos Correios, José Furian Filho, e o vice-presidente de Varejo, Distribuição e Operações do BB, Dan Conrado.
Os Correios registraram prejuízo de R$ 4,37 bilhões no primeiro semestre de 2025, número três vezes maior que o contabilizado no mesmo período do ano passado (R$ 1,35 bilhão). Somente no segundo trimestre, o rombo alcançou R$ 2,64 bilhões – quase cinco vezes superior ao resultado negativo de R$ 553 milhões em 2024.
A estatal atribui a crise à retração do segmento internacional, em razão de novas regras para compras de produtos importados, conhecidas como “taxa das blusinhas”. A mudança reduziu o volume de postagens e ampliou a concorrência, impactando diretamente a receita. No mesmo período, a receita líquida caiu de R$ 9,28 bilhões em 2024 para R$ 8,18 bilhões em 2025, enquanto despesas administrativas dispararam de R$ 1,2 bilhão para R$ 3,4 bilhões.
Para enfrentar a situação, a empresa anunciou um plano de contingência que inclui corte de custos, racionalização de despesas e diversificação de serviços. Entre as medidas, estão a criação de um marketplace próprio, a busca por novas fontes de receita e a contratação de uma linha de crédito de R$ 4 bilhões junto ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco do Brics.
Outra aposta é o Plano de Desligamento Voluntário (PDV), que deve gerar economia de R$ 1 bilhão por ano. Ainda assim, a empresa se comprometeu a cortar R$ 1,5 bilhão em gastos até o fim de 2025.
O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, havia pedido demissão em julho, mas atendeu a um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para permanecer no cargo até a escolha de um sucessor – situação inédita na história da companhia.
Desde 2022, os Correios acumulam prejuízos sucessivos, que cresceram de R$ 767 milhões naquele ano para R$ 596 milhões em 2023, R$ 2,59 bilhões em 2024 e agora R$ 4,37 bilhões apenas no primeiro semestre de 2025.