
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que impôs o uso de tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reacendeu a discussão sobre o monitoramento dos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Diversos réus nesse processo, incluindo civis e autoridades militares, já haviam rompido ou desrespeitado medidas semelhantes.
Um dos exemplos é Paulo Augusto Bufarah, 55 anos, considerado foragido após violar o equipamento de monitoramento eletrônico. Preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) em 26 de junho deste ano, Bufarah foi capturado ao retornar da Argentina, onde se escondia desde que deixou o território nacional após romper a tornozeleira.
Além dos chamados “patriotas” que invadiram e depredaram a Praça dos Três Poderes, membros da própria Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) também enfrentam sanções judiciais. É o caso do ex-comandante da corporação, Klepter Rosa Gonçalves, que foi liberado mediante uso de tornozeleira. Em abril, porém, ele teria deixado de usar o equipamento, acionando nova medida do STF em junho. A defesa alegou que o dispositivo “estava carregando” e que as providências foram tomadas imediatamente.
Paralelamente, a Polícia Federal aponta ações de Jair Bolsonaro e do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), seu filho, como tentativas de interferência no andamento da Ação Penal 2.668/DF, que investiga a tentativa de golpe após as eleições de 2022. O documento da PF menciona que Eduardo viajou aos Estados Unidos e vem praticando “condutas delitivas” para dificultar a apuração dos fatos.