
Apesar do alerta vermelho, o governo ainda não apresentou soluções concretas.
A tão temida bomba fiscal, que muitos imaginavam explodir apenas no próximo governo, pode detonar ainda no atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A Proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2026 trouxe à tona uma dura realidade: o Brasil pode não ter dinheiro suficiente para cumprir os mínimos constitucionais de saúde e educação a partir de 2027 — algo inédito e extremamente preocupante.
A situação crítica tem uma origem central: a reinclusão dos precatórios no teto de gastos, marcada para o primeiro ano do próximo mandato. Isso reduz drasticamente o espaço para despesas discricionárias, deixando o governo com apenas R$ 65,7 bilhões livres, enquanto precisaria de R$ 76,6 bilhões só para atender os pisos da saúde e educação.
O resultado? Um rombo imediato de R$ 10,9 bilhões, antes mesmo de considerar investimentos, funcionamento da máquina pública ou programas sociais.
“O valor não comporta todas as necessidades do Poder Executivo”, admitiu Clayton Montes, secretário de Orçamento Federal, numa frase elegante para dizer que vai faltar dinheiro até para manter escolas e hospitais funcionando.
E o futuro projeta um cenário ainda mais catastrófico:
- 2028: sobra de apenas R$ 1,6 bilhão para R$ 88,9 bilhões em obrigações;
- 2029: déficit de R$ 154,3 bilhões — piso constitucional se torna ficção orçamentária.
Apesar do alerta vermelho, o governo ainda não apresentou soluções concretas. Fala-se em “discussões futuras” e possibilidades de ajustes nas regras, mas por enquanto, o buraco é real e o plano é nenhum.