
Em um universo onde o top ideal oferece sustentação, o tênis certo absorve o impacto e os tecidos tecnológicos auxiliam na transpiração, a calcinha — ou a ausência dela — entrou de vez na pauta do bem-estar esportivo. Cada vez mais mulheres optam por treinar sem calcinha, especialmente em atividades de longa duração, buscando mais conforto e praticidade.
A jornalista Nathalia Fuzaro descobriu os benefícios dessa escolha ao se dedicar ao triathlon, modalidade que pratica desde 2016. “Comecei a treinar sem calcinha por conta do macaquinho próprio para o triathlon, que já é desenhado para ser usado sem nada por baixo. Com suor, água e longas distâncias, a peça íntima vira um problema: provoca atrito, assaduras e até favorece infecções como a candidíase. Menos uma camada ajuda na secagem e evita desconfortos”, explica.
Ao lado da também jornalista Natália Leão, Fuzaro fundou a plataforma Inspira e Transpira, que incentiva práticas esportivas com foco em saúde e autonomia feminina. Segundo elas, a decisão de abrir mão da calcinha vai além da estética: “Nas corridas longas, percebi que mesmo com uma bermuda esportiva comum, a calcinha atrapalhava. As costuras incomodavam, machucavam e eu precisava constantemente ajeitá-la durante o treino”, conta.
Com tecidos esportivos cada vez mais tecnológicos, muitas roupas de treino já são projetadas com forro ou estruturas que dispensam o uso de peças íntimas. A tendência, portanto, é que esse hábito se popularize, sempre com atenção à higiene, ao tipo de roupa e à adaptação individual.
Mais do que modismo, essa escolha reflete uma nova mentalidade: ouvir o corpo e priorizar o conforto na rotina esportiva. Afinal, menos pode ser mais — até mesmo na hora de se vestir para suar.
