
Em meio à tensão sobre uma possível desocupação no Contorno Leste, o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), foi até a Praça Alencastro na manhã desta segunda-feira (30) e conversou diretamente com cerca de 500 moradores que participaram de um protesto.
O local, ocupado de forma irregular, está sob litígio judicial e pode ser desapropriado por se tratar de área particular.
Acompanhado da secretária municipal de Assistência Social, Hélida Vilela; da secretária de Habitação, Michelle Almeida; e do chefe de gabinete William Campos, o prefeito garantiu que pedirá uma nova avaliação sobre a real situação das famílias que vivem na área.
Segundo Abilio, o levantamento atual foi feito pela Secretaria de Estado de Assistência Social (Setasc), que identificou apenas 172 famílias em vulnerabilidade social entre as 2.594 que ocupam o terreno. A maioria, de acordo com o relatório, não se enquadra nos critérios de assistência, incluindo até empresários, servidores públicos, pessoas com empregos formais e cidadãos com mandados de prisão em aberto.
“Se houver mais famílias vulneráveis do que mostra esse relatório, é justo pedir uma nova análise. Mas isso precisa ser feito com acesso e dados reais, sem barrar os técnicos de entrar no local”, afirmou.
Três propostas para resolver o impasse
O prefeito sugeriu dividir a resolução do conflito em três etapas:
- Que o Ministério Público e o Judiciário solicitem um novo estudo social mais completo;
- Que a Justiça atue com cautela e amplie os prazos, evitando decisões precipitadas;
- Que, caso seja comprovada uma maioria em situação de vulnerabilidade, seja buscada uma solução definitiva, como a compra da área pelo poder público, orçada em cerca de R$ 20 milhões.
“Se for comprovado que mais de 70% dessas famílias realmente vivem em situação crítica, aí sim vale a pena pensar em regularização fundiária. Mas se forem apenas 15%, é mais racional realocar. Não podemos gastar recursos públicos com base em achismos”, argumentou Abilio.
“Olho no olho” com a população
Durante o encontro, o prefeito criticou a falta de clareza na comunicação com os moradores e se comprometeu a manter o diálogo aberto. “Vim aqui para falar olho no olho. A desinformação está alimentando medo. Se for necessário, faremos novas reuniões. Mas o caminho certo é levar essas reivindicações ao Ministério Público e buscar uma solução justa”, finalizou.a análise. Mas isso precisa ser feito com acesso e dados reais, sem barrar os técnicos de entrar no local”, afirmou.