
O senador Wellington Fagundes (PL) acusou nesta segunda-feira (19) o governo federal de omissão diante do escândalo de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que desviou aposentadorias e benefícios de milhares de brasileiros. Segundo o parlamentar, a maior preocupação do Executivo não seria o esquema criminoso, mas sim o fato de um ministro ter defendido a abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar o caso.
“O que desagrada a eles não é o fato de que roubaram os nossos aposentados, e sim que o ministro não defendeu eles direito”, afirmou Fagundes. “Sabem que, se investigar, vamos chegar ao fato de que eles roubaram nossos aposentados.”
As declarações do senador fazem referência à operação “Falso Benefício”, deflagrada por uma força-tarefa composta pela Polícia Federal, Ministério Público Federal e Controladoria-Geral da União (CGU). A investigação, que teve início no final de 2024 e ganhou força em 2025, identificou uma quadrilha formada por servidores públicos e intermediários externos que criavam aposentadorias falsas e desviavam recursos do INSS.
O esquema envolvia a falsificação de documentos, concessão de benefícios a pessoas já falecidas e criação de registros inexistentes. O prejuízo estimado ultrapassa R$ 300 milhões. Diversos suspeitos foram presos, e funcionários do INSS envolvidos no esquema foram afastados.
Fagundes defende a instalação urgente da CPMI para apurar responsabilidades, inclusive no alto escalão do governo. Ele acusa setores do Executivo de tentarem esvaziar a mobilização parlamentar que cobra rigor nas investigações.
“Fiquem tranquilos, ainda vamos desagradar muito mais esse governo. Vamos até o fim para descobrir quem roubou os idosos”, declarou. “Não é só um crime contra o erário. É um crime contra quem mais precisa: os idosos, que trabalharam a vida inteira e dependem dessa renda para sobreviver”, finalizou.