
A senadora Margareth Buzetti (PSD-MT) usou seu discurso durante evento com a presença do vice-presidente da República e ministro da Agricultura, Geraldo Alckmin, para lamentar o episódio ocorrido em Brasília nesta semana. Sem citar diretamente o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, a parlamentar deixou clara sua insatisfação com a decisão judicial, o que causou constrangimento entre representantes do governo federal presentes.
“Não podemos deixar de comentar e lamentar o que aconteceu ontem em Brasília. Qual é o caminho da democracia? Essa é a pergunta. Brasília não está longe apenas nos quilômetros. O que se decide lá repercute imediatamente aqui dentro da porteira. Quando Brasília não atrapalha, o agro carrega o Brasil nas costas”, afirmou.
Em sua fala, a senadora destacou o protagonismo de Mato Grosso no agronegócio nacional. Segundo ela, projeções de 2025 apontam para um salto de quase 20% no valor bruto da produção estadual, puxado por soja, milho, pecuária e algodão. “A colheita em Sorriso movimenta transporte, indústria, comércio e serviços. Cada caminhão que sai daqui sustenta receita municipal, merenda escolar, manutenção de estradas e atendimento nos postos de saúde”, ressaltou.
Margareth também criticou medidas externas que afetam a competitividade brasileira, como a tarifa adicional de 50% anunciada pelos Estados Unidos contra produtos do país, em vigor desde 1º de agosto. “O Brasil precisa de aberturas nos Estados Unidos, mas não pode ficar refém. Quem quer o nosso café da manhã e o nosso churrasco precisa respeitar quem produz com sustentabilidade”, disse.
A parlamentar defendeu ainda a necessidade de estabilidade institucional, argumentando que processos penais devem respeitar imparcialidade e devido processo legal. “Defender uma justiça imparcial é defender a democracia, que garante segurança jurídica para investir e produzir. Conte comigo para apoiar quem planta, cria e colhe, e para cobrar quem tenta punir o Brasil por disputas políticas que nada têm a ver com o suor do produtor”, declarou.
Para Margareth, o agronegócio é a “locomotiva do Brasil” e Sorriso, um dos motores que mantém o país em movimento. “O agro floresce onde há regra clara. Vamos atravessar este momento com firmeza. O diálogo franco e o foco são essenciais”, concluiu.