Representantes dos servidores do Poder Judiciário de Mato Grosso voltaram a ocupar a Assembleia Legislativa (ALMT) na manhã desta terça-feira (5) para cobrar a aprovação do Projeto de Lei 1398/2025, que cria o Sistema de Desenvolvimento de Carreiras e Remuneração (SDCR) e prevê um reajuste de 6,8% para todos os servidores ativos, de todas as classes e níveis.
A sessão, porém, terminou em nova frustração. O deputado estadual Dr. Eugênio (PSB) pediu vista do projeto — desta vez de forma remota, já que está em viagem à Espanha — o que adiou novamente a votação. Diante da manobra, os representantes sindicais anunciaram uma paralisação geral para esta quarta-feira (6).
“Nós vamos começar hoje, como fizemos na semana passada. Um dia de paralisação na quarta-feira, enquanto não resolver. Amanhã volta ao normal”, afirmou Rosenwal Rodrigues, presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (Sinjusmat).
Visivelmente irritado, Rosenwal acusou o governador Mauro Mendes (União Brasil) de interferir no andamento da pauta e de exercer influência sobre os três poderes. “Hoje, quarta-feira, se a Justiça mato-grossense está começando a parar, é por conta do ‘Brucutu’ Mauro Mendes. Vamos parar todas as atividades do Judiciário”, disparou.
O projeto, de autoria do próprio Poder Judiciário, está na pauta da ALMT desde o início de setembro. Após um pedido de vista feito pelo deputado Beto Dois a Um (PSB) em 15 de outubro, a proposta foi aprovada em primeira votação no dia 22. Agora, depende apenas da segunda votação para seguir à sanção.
Rosenwal também alertou que, caso o impasse continue, a categoria pode endurecer a mobilização. “Se na semana que vem, de fato, os deputados pedirem vista novamente, e se a bancada do governador estiver sendo usada para impedir, na outra quarta-feira nós vamos deliberar uma paralisação geral dos servidores do Poder Judiciário”, avisou.
O sindicalista reforçou ainda que não aceita redução no percentual de reajuste e garante que o valor cabe no orçamento do Tribunal de Justiça.
