
Durante a competição, todos os projetos e peças, como os carros em miniatura e as estações, passam por inspeção criteriosa. Os times também apresentam seus projetos em inglês para os juízes, o que exige meses de preparação.
Mais do que a conquista de medalhas ou troféus, o Festival Nacional Sesi de Robótica, realizado de 12 a 15 de março em Brasília, proporcionou aos alunos do Sesi Escola Cuiabá e Várzea Grande uma experiência tecnológica única e transformadora.
O evento foi uma oportunidade para os estudantes vivenciarem na prática os conceitos de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEAM), desenvolvendo habilidades essenciais para o futuro da indústria de Mato Grosso, que está cada vez mais tecnológica e inovadora, ampliando as possibilidades de trabalho para jovens talentosos.
Entre veteranos e estreantes na competição nacional, os 26 alunos das unidades escolares saíram fortalecidos, com novas estratégias, programação diferenciada e um networking valioso com equipes e profissionais renomados na área.
“Foi uma experiência enriquecedora para nós. Independentemente do resultado, saímos com muito aprendizado e motivação, conhecendo equipes de todo o país e prontos para os próximos desafios”, afirma Sofia Costa, 16 anos, da equipe Dumonters, que competiu na modalidade First Tech Challenge (FTC) com o robô semi-industrial Wall-E, de 13 kg e 30 cm de altura, desenvolvido pela equipe a partir de um kit de peças reutilizáveis, tecnologia Android e uma série de programação.
A construção de robôs fortalece a capacidade de resolução de problemas, trabalho em equipe e pensamento crítico, características bastante valorizadas no mercado de trabalho atual. Esse universo despertou em Alice Kallyta, 14 anos, da equipe Young Inventors, o desejo de cursar engenharia civil. “Quero continuar nessa área, trabalhando na solução de problemas e construção de novas tecnologias”, afirma.
Com foco no mercado competitivo, a equipe Tucaré, única representante mato-grossense no festival na categoria F1 in Schools, tem experiência em empreendedorismo estudantil, pesquisa, projeto social, engenharia, finanças, design, construção de carros em miniatura e inovação.
“Cada treino, desafio superado e apresentação realizada demonstraram não apenas talento, mas também determinação, união e paixão pelo que fazem”, destaca Mara Farias, técnica da equipe Tucaré, que foi indicada nas categorias Pit Display, Identidade Feminina e Carro Mais Veloc e.
Hard skills e soft skills
O técnico das equipes FLL Young Inventors e Young Creators, Robson Correia, enfatiza a importância de desenvolver hard skills — competências técnicas — e soft skills — competências comportamentais. Antes do evento nacional, as equipes trabalharam intensamente nessas habilidades, conquistando a classificação para o Festival com base em sua capacidade técnica e socioemocional.
“São ensinamentos que se refletirão ao longo da vida, formando profissionais com características valiosas para o mercado de trabalho”, destaca Robson. Os estudantes aprendem conceitos de engenharia moderna, programação e design, explorando softwares como CAD, AutoCAD, Revit, SolidWorks e RDWorks. Além disso, aplicam a metodologia científica para resolver problemas reais, utilizando ferramentas como Matriz SWOT e Design Thinking.
Durante a competição, todos os projetos e peças, como os carros em miniatura e as estações, passam por inspeção criteriosa. Os times também apresentam seus projetos em inglês para os juízes, o que exige meses de preparação.
Rumo à África do Sul
Além da experiência vivida durante a competição, a equipe Brotherhood conquistou o 2º lugar no prêmio Projeto de Inovação, desenvolvendo uma solução para ajudar profissionais a explorarem os oceanos. O time também garantiu uma vaga para representar o Brasil no FIRST LEGO League Open Africa Championship, que ocorrerá em maio, na Cidade do Cabo, na África do Sul.
“O aprendizado adquirido e as conquistas enriquecem o currículo dessas crianças, possibilitando o desenvolvimento de habilidades essenciais para o futuro, especialmente em um estado como Mato Grosso, onde a qualificação profissional é fundamental para o crescimento sustentável da indústria”, afirma a técnica Tamires Silva.
O superintendente do Sesi, Alexandre Serafim, ressalta o compromisso da instituição em preparar cidadãos capacitados para atuar em um cenário cada vez mais competitivo e tecnológico, onde a inovação é essencial para o crescimento econômico e social do estado. “O contato direto com desafios reais estimula o desenvolvimento de mentes criativas e preparadas para contribuir com a evolução da indústria mato-grossense”, enfatiza Serafim.
O Festival Nacional de Robótica se consolida como uma plataforma crucial de aprendizagem, conectando educação, tecnologia e indústria, formando os futuros protagonistas da transformação digital de Mato Grosso.