
SEDE DA PF
As investigações da chamada Farra do INSS revelaram que 3 mil servidores públicos tinham acesso ao Sistema Único de Informações de Benefícios (Suibe), onde estão armazenados dados pessoais e financeiros de milhões de aposentados e pensionistas em todo o Brasil. A descoberta reforça as suspeitas de que esse amplo acesso possa ter facilitado o vazamento de informações para sindicatos e instituições financeiras envolvidos em descontos indevidos nos benefícios.
O Suibe reúne dados como nome, CPF, telefone, tipo de benefício (aposentadoria, pensão, salário-maternidade, BPC) e o valor recebido mensalmente. A exposição desse banco de dados aumentou a vulnerabilidade dos segurados, que passaram a ser alvos de cobranças e descontos sem autorização formal.
Após a revelação, a primeira reação no governo foi de incredulidade. Em seguida, o acesso ao sistema foi drasticamente reduzido: agora, apenas seis pessoas têm permissão para consultar os dados sensíveis.
A operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal com apoio da CGU e do TCU, apura o envolvimento de entidades sindicais e servidores em um esquema milionário de descontos indevidos. As deduções eram feitas diretamente no INSS a partir de listas fornecidas por sindicatos, muitas vezes sem qualquer autorização dos beneficiários.
O escândalo já provocou a queda de Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência Social, e da cúpula do INSS. O presidente Lula alega que o esquema teve origem no governo anterior, sob Jair Bolsonaro, mas até o momento nenhum dos investigados pertence à gestão passada.
Entre os desdobramentos da investigação estão:
- Descontos ilegais a favor de entidades ligadas a sindicalistas;
- Beneficiários sem vínculo sindical sendo cobrados indevidamente;
- Denúncias envolvendo até parentes de ministros do atual governo.