
Presidente da CDL Cuiabá, Júnior Macagnam
Durante entrevista ao Jornal do Meio Dia, da TV Vila Real (canal 10.1), o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Cuiabá, Júnior Macagnam, fez duras críticas ao sistema tributário brasileiro. Segundo o empresário, a política fiscal do governo federal pressiona a economia e prejudica tanto comerciantes quanto consumidores, sem oferecer contrapartidas em infraestrutura, saúde ou segurança.
“O que falta é gestão, porque dinheiro tem”, disparou Macagnam, ao citar dados do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), que colocam o Brasil na 30ª posição mundial entre os países que menos retornam os tributos arrecadados à sociedade.
Carga tributária sobe, e retorno é baixo
Macagnam destacou que a carga tributária do Brasil saltou de 23% para 33% do PIB entre os governos de Fernando Henrique Cardoso e os dias atuais. Se somado ao déficit fiscal de 8%, mais de 40% da riqueza nacional estaria sendo absorvida pelo Estado. “E o que está sendo devolvido em serviços?”, questiona.
Para o dirigente lojista, o discurso oficial de alívio para a população, como a promessa de ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, não se concretiza. “Dão com uma mão e tiram com a outra. Na prática, o cidadão está cada vez mais sobrecarregado”, afirmou.
IOF, juros altos e inflação: o efeito dominó da má gestão
Um dos pontos de maior preocupação, segundo Macagnam, é o impacto direto dos tributos no consumo. Ele citou o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) – derrubado pelo Congresso na última semana, mas ainda sob possibilidade de recurso por parte do governo federal.
“O comerciante acaba repassando esse custo ao consumidor. Isso pressiona a inflação. E o que o Banco Central faz? Sobe os juros. A Selic já está em 15%, a segunda maior taxa do mundo. Com juros desse tamanho, quem vai investir?”, questionou o empresário.
Reformas estruturais são urgentes
Para Júnior Macagnam, reformas estruturais como a tributária da renda e a administrativa são cruciais para aliviar o setor produtivo. “O Congresso está aí, a sociedade é organizada, temos entidades fortes. O que falta é decidir que tipo de país queremos construir. Precisamos debater isso de forma séria”, afirmou.