
A Starbucks anunciou o fechamento de centenas de lojas e uma nova rodada de demissões corporativas como parte de um plano de reestruturação de seus negócios. A medida, apresentada pelo CEO Brian Niccol, que está à frente da companhia há cerca de um ano, havia sido sinalizada na última quinta-feira (24) e detalhada nesta quarta-feira (1) em comunicado atualizado.
Segundo a empresa, cerca de 1% das unidades na América do Norte serão encerradas. A rede possuía 18.734 lojas até o fim de junho e fechou setembro com aproximadamente 18.300. A companhia estima que os custos da reestruturação alcancem US$ 1 bilhão.
Em carta enviada aos funcionários, Niccol explicou que os fechamentos atingirão cafeterias “incapazes de criar o ambiente físico que nossos clientes e parceiros esperam, ou onde não vemos um caminho para o desempenho financeiro”. O CEO reconheceu o impacto da medida. “Esta é uma ação que impactará parceiros e clientes. Nossas cafeterias são centros da comunidade, e fechar qualquer loja é difícil”, afirmou.
Além do fechamento de unidades, a Starbucks anunciou o corte de 900 funcionários corporativos, complementando as mil demissões realizadas em fevereiro. Os trabalhadores afetados foram comunicados na última sexta-feira (26) e terão acesso a pacotes de indenização e suporte. Diversas vagas em aberto também serão fechadas por tempo indeterminado.
Paralelamente, a rede planeja investir na renovação de mais de mil lojas, que receberão novo visual, com cadeiras mais confortáveis, maior número de tomadas e cores mais quentes. A intenção é retomar o ritmo de expansão após a conclusão das mudanças.
Desde que assumiu a presidência, Niccol implementou alterações no cardápio, que foi reduzido em cerca de 30%, e introduziu novos produtos, como croissants reformulados, itens assados e bebidas com coberturas proteicas e água de coco. Também foram reintroduzidas estações de autoatendimento de leite e açúcar e adotada a nomenclatura “Starbucks Coffee Company”, em referência às origens da marca.
Apesar das iniciativas, a empresa ainda não conseguiu recuperar resultados financeiros consistentes. As ações caíram cerca de 12% no último ano e as vendas permanecem abaixo das expectativas. Algumas mudanças, como ajustes de uniformes e novas bebidas mais complexas de preparar, geraram questionamentos e até processos judiciais.