
O Supremo Tribunal Federal (STF) colocou um ponto final em uma das principais narrativas alimentadas nos últimos anos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro: a de que ele teria tramado um golpe de Estado no Brasil. O ministro Alexandre de Moraes determinou o arquivamento da investigação aberta para apurar supostas articulações golpistas, alegando “ausência de provas”.
Para J.R. Guzzo, colunista da Revista Oeste, a decisão escancara uma realidade incômoda: não houve crime, nem movimento golpista, apenas uma construção política que se sustentou por meses com base em especulações e convicções ideológicas. “Morre um golpe que nunca existiu”, resume o jornalista.
Segundo Guzzo, o inquérito serviu muito mais como um instrumento de intimidação e de desgaste político contra Bolsonaro do que como uma investigação legítima. Foram meses de manchetes, denúncias vazias e discursos inflamados — tudo embalado para reforçar a ideia de que a democracia brasileira estava sob ameaça.
“Agora, o próprio STF, que criou e conduziu o inquérito, reconhece que não há nada ali. Não há ato, não há planejamento, não há tentativa, não há sequer um papel rabiscado falando em golpe”, aponta Guzzo. Para ele, a decisão é um vexame institucional que deveria provocar uma autocrítica nos setores que alimentaram a tese, mas dificilmente isso acontecerá.
O jornalista também destaca que o dano político já foi feito. Bolsonaro teve sua imagem pública desgastada, aliados foram perseguidos e a narrativa de “golpismo” virou combustível para justificar medidas autoritárias e limitar a atuação da oposição.
“O Brasil teve de conviver por meses com uma mentira oficializada como verdade”, critica Guzzo. “O episódio é mais um retrato de como parte das instituições se presta ao jogo político, criando escândalos para, depois, arquivar discretamente os processos quando a mentira já cumpriu seu papel.”
Com o arquivamento, a pergunta que fica é: quem vai responder pelas acusações infundadas e pelo uso político da máquina estatal? Até agora, o silêncio predomina.