O ministro Antônio Saldanha Palheiro, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do empresário Tiago Gomes de Souza, conhecido como Baleia, preso há mais de três anos no âmbito da Operação Jumbo. A investigação aponta que ele seria responsável por lavar dinheiro do Comando Vermelho por meio de postos de combustíveis em Cuiabá.
No pedido, os advogados alegam excesso de prazo da prisão preventiva, destacando que Baleia segue detido há mais de três anos sem sentença. Sustentam ainda que os fatos imputados não são contemporâneos e que os crimes atribuídos ao empresário não envolveram violência física ou psicológica. A defesa argumenta que medidas alternativas previstas no Código de Processo Penal seriam suficientes para substituir a prisão.
Ao negar a liminar, Saldanha Palheiro afirmou que decisões monocráticas só devem ser adotadas para reparar ilegalidades evidentes. Segundo o ministro, em análise preliminar, não há flagrante irregularidade na manutenção da prisão preventiva que justifique a intervenção imediata. Apesar disso, ele determinou que o Tribunal de Justiça de Mato Grosso preste informações sobre a possível demora processual.
A Operação Jumbo apura um esquema de lavagem de dinheiro atribuído a uma célula do Comando Vermelho que, segundo as investigações, movimentou cerca de R$ 350 milhões em quatro anos. Baleia, então proprietário de dois postos de combustíveis na capital mato-grossense, foi preso em maio de 2022 em uma mansão no condomínio Alphaville. Para os investigadores, os estabelecimentos eram usados para dissimular valores provenientes do tráfico de drogas adquirido em Porto Esperidião, armazenado em Mirassol D’Oeste e distribuído em Cuiabá.
