
A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) instaurou um conselho de disciplina e determinou o afastamento preventivo, por 120 dias, do subtenente da Polícia Militar do Ceará, Ronaldo Moreira da Silva. A medida ocorre após o militar ser flagrado arrastando um cachorro amarrado à sua motocicleta, na presença do filho de cinco anos, em uma via pública da cidade de Ipu, no interior do estado.
O episódio foi amplamente divulgado nas redes sociais, provocando revolta e levando à prisão em flagrante do policial. De acordo com a portaria publicada no Diário Oficial do Estado (DOE), Ronaldo resistiu à prisão, recusando-se inicialmente a sair de casa e entregar o filho à mãe da criança, o que exigiu apoio de agentes do Batalhão Especializado de Policiamento do Interior (BEPI).
A CGD destacou que o procedimento administrativo busca apurar as condutas transgressivas atribuídas ao subtenente e avaliar sua permanência nos quadros da Polícia Militar.
Histórico de violência e ameaças
O subtenente Ronaldo Moreira possui um histórico de comportamentos violentos e condutas incompatíveis com a função policial. Em 2019, ele foi denunciado pelo Ministério Público do Ceará por ameaçar a ex-companheira em um sítio na zona rural de Guaraciaba do Norte. Na ocasião, a vítima foi agredida pela então namorada do militar, enquanto ele nada fez para impedir a violência. Ao final, ainda teria ameaçado a ex dizendo: “agora tu vai denunciar na delegacia pra tu ver o que vai te acontecer”.
Em 2022, Ronaldo foi preso em Crateús após denúncias de uso de drogas. Na abordagem, se recusou a entregar sua arma funcional e saiu da residência com uma faca na cintura, ameaçando os policiais militares que realizavam a operação. Acabou autuado em flagrante.
Resistência à nova prisão
No último domingo (27), o policial voltou a ser detido em sua casa. Testemunhas relataram sinais de embriaguez e resistência à entrada das equipes de segurança.
A Prefeitura de Ipu divulgou nota sobre o caso, classificando o episódio como grave e afirmou que o município está acompanhando o desenrolar das investigações. “Esperamos que os responsáveis sejam punidos conforme determina a legislação vigente”, afirmou a gestão, que também reforçou o compromisso com o bem-estar animal e pediu que a população denuncie casos de crueldade.
Já a Polícia Militar do Ceará declarou que “não compactua com desvios de conduta por parte dos seus integrantes” e repudia com veemência “qualquer ato que contrarie os valores institucionais e o compromisso com a sociedade”.