
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta segunda-feira (7), que o Brasil está preparado para enfrentar eventuais crises econômicas globais, mesmo diante do novo pacote de tarifas comerciais imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Durante agenda em Cajamar (SP), Lula destacou que o país possui uma reserva internacional robusta, de aproximadamente US$ 350 bilhões, o que garante estabilidade ao governo federal e à condução da política econômica.
“Mesmo o presidente Trump falando o que ele quer falar, o Brasil está seguro porque temos um colchão de 350 bilhões de dólares, que dá ao Brasil e ao Fernando Haddad uma certa tranquilidade”, declarou Lula, em referência ao ministro da Fazenda.
A fala de Lula foi feita durante cerimônia de anúncio de novos investimentos do Mercado Livre, que pretende aplicar R$ 34 bilhões no país e gerar 14 mil empregos em 2025. O presidente aproveitou o evento para destacar o otimismo com o cenário econômico brasileiro, lembrando que, antes de seus mandatos, o país não tinha reservas internacionais e era devedor do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Resposta ao tarifaço dos EUA
No último sábado (5), entraram em vigor as novas tarifas de 10% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, parte de um pacote anunciado por Trump e batizado de “Dia da Libertação”. A medida, de impacto global, foi criticada pelo governo brasileiro, que afirmou “lamentar” a decisão e indicou que avalia “todas as possibilidades de ação para assegurar a reciprocidade no comércio bilateral”.
Em nota oficial, o Palácio do Planalto reforçou que buscará uma saída diplomática por meio do diálogo, mas não descartou a adoção de medidas retaliatórias. A principal referência da possível resposta está na Lei de Reciprocidade Econômica, aprovada pelo Congresso Nacional, além de diretrizes da Organização Mundial do Comércio (OMC).
“Vamos tomar todas as medidas cabíveis para defender empresas e trabalhadores brasileiros”, declarou Lula no último dia 3.
Pacote de investimentos bilionários
Ainda em Cajamar, Lula comemorou a confiança de grandes setores produtivos no Brasil, listando uma série de investimentos confirmados para os próximos anos. Entre os destaques:
- Indústria automobilística: R$ 139 bilhões até 2028
- Indústria do aço: R$ 115 bilhões
- Construção civil: R$ 120 bilhões
- Programa de Aceleração do Crescimento (PAC): R$ 1 trilhão
O presidente afirmou que tais aportes devem impulsionar a economia, gerar milhões de empregos e garantir o poder de compra das famílias brasileiras.
“Ora, se tudo isso não gerar emprego, o que vai acontecer nesse país? Todo mundo vai ter um pouquinho, todo mundo vai comprar, todo mundo vai poder dar um presente, ou seja, a economia começa a funcionar e todo mundo ganha”, concluiu.
Clima de otimismo em meio a tensões globais
Mesmo com o cenário internacional desafiador, o governo brasileiro tenta manter o discurso de confiança e resiliência. As reservas cambiais elevadas, os investimentos privados e os programas públicos de infraestrutura são as principais apostas do Planalto para sustentar o crescimento econômico e blindar o país contra choques externos.
Com a diplomacia em ação e o mercado atento, a relação entre Brasil e Estados Unidos entra em novo capítulo, marcado por tensões comerciais e testes de soberania.