
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou seu discurso na 80ª Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira (23), para criticar duramente a situação política do Brasil. Segundo ele, o país “vai muito mal”, com violações de liberdades civis, censura, repressão, uso político das instituições, corrupção judicial e perseguição a críticos do governo.
Apesar do tom duro, Trump revelou que encontrou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos corredores da sede da ONU, em Nova York. Os dois trocaram um abraço e, de acordo com o americano, houve “química” no encontro. Ele também deixou em aberto a possibilidade de uma reunião oficial entre os dois já na próxima semana.
Entre as críticas, Trump destacou ainda a interferência em direitos de cidadãos americanos e estrangeiros no Brasil e mencionou sanções aplicadas recentemente pelos Estados Unidos contra a esposa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, alvo frequente das queixas de Washington.
Além do Brasil, Trump voltou a atacar a própria ONU, acusando-a de ineficaz diante de conflitos internacionais, como os enfrentamentos entre Israel e Irã, Armênia e Azerbaijão, e Camboja e Tailândia. Segundo ele, em muitos casos a organização “nem sequer tentou ajudar”.
O presidente também defendeu as operações americanas no Caribe contra o narcotráfico ligado à Venezuela, ameaçou impor novas sanções à Rússia caso países europeus mantenham compras de petróleo e gás e cobrou a libertação de reféns em zonas de conflito no Oriente Médio.
O discurso mostrou a estratégia de Trump de combinar críticas firmes à condução de governos estrangeiros com gestos de abertura diplomática, como no caso do Brasil. A possibilidade de um encontro direto com Lula deve ser acompanhada de perto, já que pode marcar um novo capítulo na relação entre os dois países.