
President Donald Trump delivers remarks at the White House AI Summit at Andrew W. Mellon Auditorium in Washington, D.C., Wednesday, July 23, 2025. (Official White House Photo by Joyce N. Boghosian)
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) uma ordem executiva que oficializa a aplicação de uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, elevando para 50% o total de taxação imposta ao Brasil. A medida intensifica a tensão diplomática entre os dois países e é justificada pela Casa Branca como uma resposta a uma “ameaça incomum e extraordinária” à segurança nacional, à política externa e à economia norte-americana.
Segundo o governo americano, a decisão foi tomada com base na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional, de 1977, e mira diretamente ações do governo brasileiro que, na visão de Washington, estariam prejudicando empresas e cidadãos dos Estados Unidos.
No comunicado oficial, a Casa Branca menciona especificamente o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), chamando o processo de “perseguição politicamente motivada” e acusando autoridades brasileiras de cometerem “abusos graves de direitos humanos”. O ministro Alexandre de Moraes, que nesta quarta também foi sancionado pelos EUA, é acusado de coagir empresas americanas a censurar conteúdo político, entregar dados de usuários e alterar regras de moderação de forma forçada.
“Ao impor essas tarifas para enfrentar as ações imprudentes do governo do Brasil, o presidente Trump está protegendo a segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos de uma ameaça estrangeira”, afirma o comunicado.
A nova tarifa, que ainda não teve data oficial de entrada em vigor confirmada, amplia a disputa comercial que se arrasta desde julho. O governo brasileiro tem rebatido as acusações, chamando as medidas de “chantagem” e afirmando que não cederá a pressões internacionais relacionadas ao processo judicial de Bolsonaro.
A diplomacia brasileira ainda não se pronunciou formalmente sobre o novo decreto, mas fontes do Itamaraty indicam que o país avalia levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC).