
O governo dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (5) que oferecerá uma ajuda de custo de US$ 1.000 (aproximadamente R$ 5.680,00) e assistência de viagem para imigrantes que decidirem se “autodeportar” voluntariamente do país. A medida, segundo o Departamento de Segurança Interna (DHS), busca reduzir os custos associados a deportações forçadas, que chegam a cerca de US$ 17.000 (R$ 96.575,00) por pessoa.
Além do auxílio financeiro, os imigrantes que aceitarem deixar o país por conta própria poderão receber passagens aéreas custeadas pelo governo. A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, afirmou que a autodeportação é a “melhor, mais segura e mais econômica maneira” de sair dos EUA para quem está em situação migratória irregular.
Mudanças na Política Migratória
Desde que assumiu o cargo em janeiro deste ano, o presidente republicano Donald Trump prometeu endurecer o controle de fronteiras e deportar milhões de pessoas. No entanto, até o momento, o número de deportações sob sua gestão — 152 mil desde 20 de janeiro — ainda é inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, durante o governo do democrata Joe Biden, que deportou 195 mil pessoas entre fevereiro e abril de 2024.
Trump também tem pressionado pela saída voluntária de imigrantes, ameaçando-os com multas elevadas e a possibilidade de detenção em prisões de segurança máxima, como a da Baía de Guantánamo e a CECOT, em El Salvador.
Aplicativo e Chance de Retorno
O governo republicano relançou, em março, um aplicativo migratório originalmente criado na gestão Biden. Agora batizado de “CBP Home”, a ferramenta facilita o processo de autodeportação para aqueles que desejam deixar o país sem intervenção forçada. Na administração anterior, a plataforma, chamada de “CBP One”, era usada para autorizar a entrada legal de imigrantes nos EUA.
Trump sugeriu ainda, em abril, que os imigrantes que optarem por sair voluntariamente poderão, futuramente, ter a chance de retornar legalmente ao país. “Se eles forem bons, se os quisermos de volta, trabalharemos com eles para voltarem o mais rápido possível”, declarou o presidente.
O DHS ressaltou, porém, que embora a saída voluntária possa ajudar a preservar a possibilidade de retorno legal, nenhum programa ou caminho oficial foi detalhado até o momento.